sábado, 31 de janeiro de 2009

Carta a Damien Rice

Querido Damien,

já ouvi muitas vezes que algumas pessoas têm estrelas. Nunca me disseram que alguém podia possuir uma nuvem. Mas você possui. A sua é ainda mais especial, é uma 'bufrei'. Talvez, algum dia, alguém te diga que cloud, em português, é nuvem, não 'bufrei'. Mas isso vai tirar boa parte da magia, porque nuvem, vá lá, até podem ter, mas 'bufrei', só você.

'Bufrei' não conseguiria explicar algo que é inexplicável. Não conseguiria explicar, por exemplo, suas mãos mexendo-se rapidamente à medida em que você falava, como se quisessem explicar algo que apenas sua voz não conseguia traduzir. Nem o sorriso que vinha quando você se enrolava na sua história, um sorriso que, por si só, é inexplicável. Um sorriso tímido? Não. É um sorriso... um sorriso... um sorriso que apenas em minha mente, somado a tudo que foi essa noite, consegue ter algum sentido.

Querido, responda-me uma coisa: você realmente esteve lá? Porque, até agora, é como se eu não tivesse saído de casa, ido até àquela casa de show, ouvido você cantar, contar e encantar, voltado pra casa e criado uma seqüência de palavras como essa, clichê, sem graça e infantil.

Foi você mesmo que me indicou com sua mão o céu estrelado de Dublin? Eu reconhecia sua voz, seu rosto, gravava sua roupa, uma camisa e um calça jeans com aparência surrada, uma coisa simplesmente você, acompanhava seus gestos rápidos, suas palavras, mas não conseguia ter certeza de que aquilo era realidade. Então, querido Damien, responda-me, por favor: você esteve mesmo ali?

Era como se fosse um sonho, entende? É difícil acreditar que, quando a luzes se apagarm totalmente, apenas as velas no palco brilhavam, foi você que cantou Cold Water.

Mas acho, sim, que foi realidade. Nem em meu sonho mais surreal aconteceria tudo que aconteceu. Nem lá você chamaria a platéia ao palco e dividiria-a em grupos, cada qual cantando uma parte de Volcano e formando um curioso coral. Você ali, sentado, no meio de todas aquelas pessoas, regendo-as tal qual um maestro.

Você não é aquilo que imaginei. Damien Rice, para mim, era alguém... eu não sei te dizer quem era Damien Rice. Sua voz vivia em meus pensamentos, em meus dias, em minha vida. Amie, Cannonball, The Blower's Daughter, Elephant, Delicate. Mas você eu não sabia quem era. Não sabia da sua inexplicabilidade, das suas mãos, de seus sorrisos, de seus gestos. De suas palavras.

Damien, você estava ali, com seu violão, cantando de forma sublime cada verso de Cannonball. Você e seu violão. Sem microfones. Sem nada. Foi, lindo, Damien, lindo! Se consigo preferir uma dentre todas as suas músicas que fazem parte de mim, essa canção é Cannonball. E da forma como você interpretou, querido Damien, tocou-me demais. Como você consegue sentir a música desse jeito? É que você não está cantando. Ela faz parte de você, é apenas uma extensão de seus gestos, suas mãos, seus sorrisos.

Faltou Animals, Dogs, Grey Room. Faltou você, a noite inteira. Você poderia ter cantado todas as músicas dos CDs, depois voltando tudo de novo, cantando The Professor, Delicate, Sand, Amie, Woman Like a Man, tudo.

Acho que já estou me tornando repetitiva demais, querido Damien. Só queria tentar me lembrar se alguma vez eu ouvi "Desafinado" em uma versão tão linda. Não, nunca. Ninguém teria aquele... aquele jeito, aquele timbre aquela voz. Os gestos? Também. Ninguém seria você, meu querido.

Por fim, não sei se deveria me desculpar ou qualquer coisa assim, mas não pude deixar de gravar certas partes - como Amie, Delicate, The Blower's Daughter, Cannonball, Desafinado. Acho que você vai entender. Mesmo que tenha cada segundo gravado, cada 'bufrei', eu precisava daquilo.

Foi lindo, Damien. Mas ainda preciso dormir para me convencer que tudo, tudinho, foi verdade, foi real. Que você veio, tocou, cantou, contou suas histórias, riu. Preciso acreditar que aquele homem ali na frente era você, que Damien Rice é exatamente desse jeitinho, simples?, seria clichê. E Damien Rice não é clichê. Damien Rice é, simplesmente, Damien Rice. Inexplicável.

Obrigada, querido Damien.

Com amor,

Amanda

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Ofuscando sir Elton John

Calhou do show do Elton John ser no mesmo mês que o Damien Rice. Pronto, minha ida à Arena Skol, no Anhembi, foi totalmente ofuscada pela expectativa do show de Damien.

Já se vão quase duas semanas e Elton John já é notícia ultrapassada. Enquanto conto as horas para ver, ao vivo e a cores - ai, borboletas no estômago! - o meu querido irlandês, deixo registrado que eu cantei, gritei e dancei. Foi sensacional. Tanto a atração principal quanto o show de abertura, de James Blunt - nossa primeira impressão quando entramos no local, o cantor já no palco, foi de que o cara realmente é lindo. Mas não é apenas beleza; sua voz é gostosa e, mesmo que muitas das suas músicas tenham um semelhança muito grande, gosto dele, principalmente de Goodbye my lover.

De sir Elton John, sem comentários. Com mais de sessenta anos, o cara cantou durante duas horas initerruptamente, parando apenas para mandar beijos para a platéia e agradecer. Sim, o solo em Rocket Man parecia interminável, mas relevante diante da grandiosidade de Elton John cantando, entre outras coisas, Goodbye Yellow Brick Road, Sorry Seems to be the hardest word, Daniel e Tiny Dancer. Queria ouvir os falsetes de Benie and the Jets, mas valeu só de ouvir a música ao vivo. O grand finale não deixou a desejar: intepretações lindas de Skyline Pigeon e o quase clichê Your Song.

Mas agora a brincadeira é outra. Direto à casa de show do banco falido - maldiiiito Citibank Hall!! - vivenciar, provavelmente, a noite mais espetacular deste ano. Sorry, sir John, but Damien Rice is Damien Rice.

Dorme, Mandy!

Quando terminei de combinar com a Lívia qual seria o esquema para a noite de hoje, ela falou "vê se dorme, hein?"

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Não adiantou.
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De hora em hora (igual à telesena!) eu acordava e apenas um pensamento vinha à minha cabeça: tã chegando!
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O quê?
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Óbvio!


O show do Damien Rice!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

As mais lidas

Eis, meus caros, a lista das matérias mais lidas da seção Ilustrada, no Folha Online. Brasil-sil-sil!

O eterno vice

Não é a declaração que vai mudar o rumo do mundial de 2009 - a primeira etapa é neste final de semana, mas a declaração de Dani Sordo, publicada ontem no Tazio ("Loeb é sempre favorito, ele ganhou cinco títulos e mais de quarenta ralis. Se ele não estivesse aí, eu já teria ganhado quatro ou cinco ralis"), revela um certo aborrecimento pela sua condição de fiel escudeiro do pentacampeão.

A Citroën fez, no mínimo, três dobradinhas na temporada passada, sempre na ordem Loeb/Elena e Sordo/Martí. Nessas três vezes, os espanhóis ficaram a 17.5 segundos na Nova Zelândia, 47.7 na Alemanha e 24.9 na Espanha. Tempos não tão baixos, mas talvez uma análise mais detalhada dos tempos de cada especial - farei isso quando chegar em casa - possa trazer algumas surpresas - apenas uma suposição.

Nessas três vezes, as declarações de Sordo eram sempre na base do "estou muito feliz por ter contribuído com a Citroën"ou coisas do gênero. Quando levou a prata em casa, disse que "a adorar ganhar esse evento um dia, mas estou feliz com o resultado de hoje".

São claros os motivos para que o time de Oliver Qesnel tenha sempre Loeb e Elena como primeira dupla, mas isso acabou relegando Sordo e Martí como os eternos vice. Os dois semre tiveram que se contentar com a alegria da prata - o segundo é o primeiro dos últimos - e com a ajuda que davam aos companheiros. Não é de se admirar que surja um certo ressentimento para com a dupla franco-monegasca.

No mesmo texto, Dani afirma que "Estar junto a ele me motiva muitíssimo, já que, no dia em que eu derrotá-lo, a recompensa será melhor. Mas creio que [Mikko] Hirvonen, [Jari-Matti] Latvala e eu mesmo não vamos facilitar as coisas para ele". O espanhol enxerga Loeb como o homem a ser batido, e com razão, mas resta saber se ele estará livre para concorrer com Sebastien ou se lhe restará, novamente, o papel de colaborador para os títulos da equipe.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Um fato e uma hipótese

Solberg não sabia como correria o Rally da Noruega, segunda prova do WRC. Mas sabia que correria.

A resposta para o como veio ontem. Para quem estava acostumado a ver o piloto com o azul da Subaru (eu, por exemplo) ou sente um certo carinho pela marca japonesa (me again!), vai estranhar quando o campeão de 2003 alinhar na Noruega: pelo menos para essa prova, Petter Solberg estará a bordo de um Citroën Xsara WRC.

A expectativa é que Solberg corra as outras 11 etapas, mas o piloto confirma que nada está decidido. "Tudo que estou fazendo é com 2010 na mente", disse o piloto.

Enquanto isso, Marcus Gronholm continua naquela de sair da aposentadoria. Cogitou-se, no ano passado, que o finlandês correria pela Subaru. Bom... não é algo muito viável no momento.

A nova é que o bi-campeão agora considera disputar o Dakar. "Vi pela TV o raly. Parece fascinante e, por não ser na África mais, talvez seja uma opção para o ano que vem. Como já disse, nunca participaria de um Dakar na África, mas agora é interessante", disse.

Na minha opinião, é um pontaço para o rally por essas bandas. Já imaginou Gronholm X Sainz?

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Os deliciosos horários das corridas

A chamada do Tazio começava falando que as primeiras corridas da temporada de 2009 da F1 serão realizadas no fim da tarde. Fim da tarde, que delícia! Você já começa a pensar no sol fraquinho, aquele quentinho gostoso, aquela paisagem bonita e, pra completar, uma corrida de Fórmula 1.

Aí você se lembra que as primeiras corridas da temporada serão na Austrália e na Malásia, então as 17 horas locais viram 3h e 6h da manhã, respectivamente. Que horariozinho filho da puta, esse. Seis da manhã, o que significa que a corrida acabará entre 7h30 e 8h. Ou seja: na hora em que acabar tudo, já não existe aquele clima para deitar na cama e tirar um ronco. E aí você passa o domingo inteiro com um puta sono e, no dia seguinte, acorda cedo de novo! Ui, que delícia!

De qualquer jeito, se você quer saber a que horas deverá colocar o despertador para tocar, segue abaixo os horários de cada GP:

GP da Austrália - 17h locais (3h de Brasília)
GP da Malásia - 17h (6h)
GP da China - 15h (4h)
GP do Bahrein - 15h (9h)
GP da Espanha - 14h (9h)
GP de Mônaco - 14h (9h)
GP da Turquia - 15h (9h)
GP da Inglaterra - 13h (9h)
GP da Alemanha - 14h (9h)
GP da Hungria - 14h (9h)
GP da Europa - 14h (9h)
GP da Bélgica - 14h (9h)
GP da Itália - 14h (9h)
GP de Cingapura - 20h (9h)
GP do Japão - 14h (2h)
GP do Brasil - 14h
GP de Abu Dhabi - 15h (9h)

Lembrem-se da propaganda do Governo Federal: tome café!

O Blush perfeito

Já há algum tempo ensaio um texto sobre minha tendência ao não-consumismo, mas sempre esbarro em alguns exemplo que levam a crer o contrário. Esse texto estaria repleto de entretantos, poréns e etc, comprovados por uma sacola da livraria Cultura que descansa alegremente ao lado de meu computador, recheada com três livros que, até ontem, não sonhava em comprar tão cedo.

Acredito que muitas coisas na vida são paradoxais, mas não precisava transformar meus próprios atos de consumo em antíteses que me encaminhariam direto para o terapeuta. Resolvi, então, escancarar meus próprios surtos consumistas.

A atração por maquiagens é um destes surtos fortíssimos. Não que eu seja fiel usuária dos afins faciais, não pensem vocês que me verão, amanhã, no autódromo de Interlagos, com todos os apetrechos no rosto que eu poderia usar. Mas, enfim, tenho prazer em comprar maquiagens.

Não tenho tanta fascinação por sombras ou bases ou delineadores ou pós ou lápis. O rímel me atrai um pouco, mas ter um incolor e um preto já é o suficiente - tudo bem, precisei passear por três marcas até, em pleno Wall Mart de Orlando, achar o XXL, da Maybelline. A máscara para cílios rapidamente foi roubada pela minha mãe, mas consegui outra em uma farmácia aqui no Brasil, custando apenas o dobro do que paguei lá fora.

Afinal, qual é o tipo de maquiagem que causa arrepios em mim? Óbvio: batons, gloss e blushes (blush tem plural? É blushes? Por que minha mente causou-me a infelicidade de pensar em Bush?)

A necessaire que anda na minha bolsa - a pequena bolsinha foi relegada aos absorventes, dando lugar a uma necessaire que ganhei na compra de um óculos de sol da Chilli Beans - possui dois batons - três, contando o de hoje - e três gloss, contra um rímel e um lápis. E o blush?, vocês perguntam.

Eu tinha três, todos da Contém 1g. Acontece que um era de bastão e dois, cremosos, então tinha um certa dificuldade em usá-los - mas usava! Nos EUA, achei um, acho que da Loreal, em pó com pincel acoplado ao recipiente. Fui nas águas da minha mãe e comprei um fraquinho. O negócio é ruim a beça para passar, o que me faz ficar horas em frente ao espelho para sair alguma coisa. Mas é usável, também.

Até que hoje o encontrei. Um rosa escuro. Em pó. E o que é melhor: é super fácil de pegar no pincel. Uma pincelada já dá um efeito ótimo!

Sim, meus caros. Não resisti. Comprei o blush perfeito, junto com o batom.

Reitero, porém, o que disse no começo: eu não sou consumista. Assim mantenho a antítese da vida em paz.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Confusão pós-Dakar

Existem inúmeras diferenças entre rally e as corridas tradicionais de pista, como F1 e Stock. Certa vez o Ingo, após a pergunta básica "o que você vê de semelhante entre rally e stock", foi direto: o volante e os quatro pneus.

A chegada e, conseqëntemente (tenho até o final de 2012), a vitória são avaliadas de formas diferentes nesses dois tipos de corrida. Na F1, por exemplo, é simples: chegou em primeiro, ganhou.

No rally, a história não funciona exatamente desse jeito. Não ganha quem chega primeiro, e sim quem faz o menor tempo. É uma lógica fácil, mas já embolou a cabeça de algumas pessoas, porque a idéia de passar não é algo literal, visível. Como a largada é feita individualmente ou em duplas, com uma diferença entre cada um que varia entre 30 segundos e 1 minuto - com os cronômetros dos competidores acionados quando em seu horário de largada, nem sempre o cara que chegou em primeiro vai ganhar. Basta que outro cara faça o percurso com um segundo a menos que primeiro e, pronto, ganhou.

Toda essa volta foi para justificar a pérola do dia.

Chegou Pandini animadíssimo com o resultado da prova da FIAk, fantástica corrida entre os jornalistas, ocorrida ontem. Mostrou-me orgulhosamente seu terceiro lugar e me deixou analisar o resultado. Condicionada, fui direto olhar o tempo. Aí, sem nem pensar direito, soltei essa: "eu não consigo entender essas corridas. Como, por exemplo, você chegou em terceiro se o França fez um tempo menor que o seu?"

Em seguida, respondi à minha própria pergunta: "óbvio. Você chegou na frente".

Mas o Panda já rolava de rir da minha cara.

Tá, fechou. E agora?

Barack Obama ordena o fechamento do centro de detenção de Guantanamo

E os caras que estão lá?

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Desmancha batendo

Olhando as fotos dos protótipos McRae na Webventure e ligando à capacidade, digamos, destrutiva do veículo, lembrei-me do apelido dado aos Gordini: leite Glória, desmancha sem bater.
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A diferença é que os McRae batiam pra cacete. Mas desmanchavam que era uma beleza...
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(a foto é by André Chaco/www.webventure.com.br)

Obrigada, Diana

Eu achava que princesas existiam apenas em contos de fadas e nas histórias antigas. Ninguém havia me dito que elas continuavam a existir. Na minha mente elas eram, sei lá, como dinossauros ou dodôs: extintas. Eu até achava triste, porque adoraria ver uma Cinderela desfilando de carruagem pelo meio da rua. Era 1997.

Certa manhã, liguei a televisão. Todos na casa ainda dormiam. Lembro-me de sentar no chão e colocar em um canal aleatório que transmitia aqueles jornais matutinos. Falavam de uma princesa. Cinderela? Bela Adormecida? Não, era uma tal chamada Princesa Diana.

As princesas nunca morriam nos meus contos de fadas. Mas Diana havia morrido. Pior: eu nem tive a chance de saber que ela existia. Quando tomei conhecimento dela, ela já não estava encarnada.

Naquela manhã, chorei. Chorei como o mundo chorava, mas por motivo diferente: existia, sim, uma princesa de verdade, de carne e osso, mas ela havia acabado de morrer. Como princesas podiam morrer?

Não sei se foi o show de sábado, se é o sono que já bate, mas senti vontade de dizer isso: obrigada, Lady Di, por me ensinar, quando eu tinha sete anos, que princesas não eram apenas fruto de contos de fadas.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Feliz 20 de janeiro!

Ufa... achei que o mundo nunca ia se livrar do Bush!

Últimas considerações (II)

Terreno diferente, clima diferente, público diferente. Foi, definitivamente, um Dakar diferente.

Com tudo diferente, a organização acabou sendo, também, diferente. Infelizmente, não por um lado positivo.

O que faltou, na verdade, foi conhecimento do local. Porque Argentina e Chile são totalmente diferentes da África. Talvez para provar que o Dakar aqui podia, sim, ser pior que o africano, os organizadores traçaram a rota em lugares que, sob certas condições climáticas, tornavam-se intransponíveis. E dá-lhe tesourada!

Mas não foi só isso. As informações não estavam como nas outras edições. Acidentes não relatados ou com um destaque restrito - lembro-me que, nas outras edições, mortes como a de Pascal Terry não eram colocadas no cabeçalho, em letras pequenas, como se quisessem que ninguém notasse.

Nada, porém, que não possa ser melhorado. Gostei da idéia do rally por aqui, o público é algo sem noção - a organização também precisa aprender a lidar com isso. Há rumores de que a prova já volte para a África no ano que vem - completamente diferente do que se ouviu nos últimos meses, com a confirmação de Buenos Aires até 2011 e o Brasil como passagem já no ano que vem.

Convenhamos, Dakar na Argentina e Chile fica com cara de Rock in Rio em Lisboa. Mas os organizadores precisão pensar bem: na Argentina, o rally ganhou importância única.

Apesar de eu ter ficado toda borocoxô quando anunciaram que a prova cruzaria o oceano e muitas coisas não tenham me agradado nesta edição, me juntaria com prazer aos que lutam para que o Dakar continue por essas bandas.

Se a A.S.O. quiser, ano que vem, certeza, estarei em Buenos Aires!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Últimas considerações (I)

Oficialmente, o Dakar 2009 terminou ontem, com um circuito na cidade de Buenos Aires. Mas seus vencedores já eram conhecidos desde sábado, dia da chegada à capital da Argentina.

Marc Coma não foi nenhuma surpresa. O espanhol liderou de ponta a ponta o rally, terminando com uma com uma vantagem de 1h25min38 para Cyril Despres. Apesar do começo ruim, sua chegada ao segundo lugar também não foi tão surpreendente. Triste para Fretigne, que poderia conseguir o vice-campeonato e incomodar, ao menos um pouquinho, a austríaca KTM.

Nos carros, a disputa isolou-se no duelo Volkswagen x BMW, que se encerrou no 6° estágio, com Nasser Al Attiyah e Tina Thorner sendo desclassificados. O novo carro da Mitsubishi, que prometia ser um grande boom para esta edição, ficou só na promessa. O único carro que completou, de Nani Roma e Cruz Senra, chegou em décimo. Com tudo isso, a Volkswagen conseguiu seguir tranqüila para a vitória, primeira como equipe oficial e segunda da marca. Melhor ainda, levou dobradinha, com Giniel De Villiers/Dirk Von Zitzewitz em primeiro e Mark Miller/Ralph Pitchford em segundo. Alguém lembrou do Sertões?

O grande destaque da categoria ficou para a terceira melhor dupla: Robby Gordon e Andy Grider. Os estadunidenses fizeram um Dakar excelente, mantendo constância e contando um pouco com a sorte - Sainz e Roma tiveram problemas e saíram do top 5. Rally é isso: piloto, navegador, carro, equipe e sorte. Mas não foi apenas sorte. Meu pai diria que, para a terceira posição "cair no colo" dos dois, eles tiveram o mérito de estar em quinto. Merecem parabéns pela prova que fizeram. Se a Volkswagen era uma "escolha óbvia" para o título na ausência da Mitsubishi, o Hummer não se encontrava neste setor de obviedade. Fizeram bonito e, quem sabe daqui a algum tempo, esta dupla não se torne uma "escolha óbvia"?

Entre os quadriciclos, confesso: perdi todo o tesão quando Collet saiu, mas continuei acompanhando. Com Declerck e Gonzalez fora do páreo, ficou fácil o caminho de Machacek para o título: o tcheco terminou a prova com 2h34min de vantagem para Patronelli, segundo colocado!

A melhor disputa desta edição foi a dos caminhões. Até o último metro, o resultado na categoria ainda era indefinido. Na penúltima etapa, Kabirov conseguiu assumir novamente a primiera colocação com uma vantagem de três minutos para Chagin: disputa russa. A melhor foi para Kabirov, que conseguiu abrir mais 49 segundos e levou o título.

Zé Hélio, Rodolpho Mattheis, Jean Azevedo/Youssef Haddad, Paulo Pichini/Lourival Roldan e André Azevedo/Maykel Justo/Mira Martinec representavam a "seleção canarinho" na chegada - com exceção de Martinec, tcheco.

Nas motos, Hélio, constante, manteve-se na 12ª posição. Mattheis, por sua vez, teve um belo crescimento durante a prova e terminou na 31ª colocação. Entre os carros, Azevedo e Haddad fizeram um rally excelente, mas infelizmente contaram com problemas nas últimas especiais. A gota final foi o motor fundido no último dia, que obrigou os brasileiros a esperarem pelo reboque de André. Mesmo com os problemas, caíram apenas três posições, terminando em 23°. Pichini e Roldan também apresentaram problemas, só que no começo do rally. Com isso, puderam recuperar o tempo perdido e completaram em 65°. Por fim, André e seu grupo chegaram em sexto, com um final de prova admirável: com a colocação praticamente garantida, eles pararam na última especial para ajudar Jean e Youssef, rebocando a dupla até o final.

sábado, 17 de janeiro de 2009

Acabou-se o que era doce

Marc Coma nas motos, Machacek nos quadriciclos, De Villiers/Von Zitzewitz nos carros e Kabirov nos caminhões.

Dentre todos os resultados, apenas dos grandalhões ficou suspenso até a última hora. Literalmente, porque por muito tempo o site do Dakar colocava André Azevedo como campeão da especial e Chagin, da prova. De repente, as notas referentes às vitórias dos dois sumiram e apareceu que Kabirov havia levado ambos os primeiros lugares.

Mas é isso. Acabou. Agora, James Blunt e Elton John me ajudarão a comemorar o fim deste Dakar mega difícil.

Volto amanhã, dia da premiação, para soltar meus pitacos.

SC - quem me hospeda?

Ingressos para show de Damien Rice em SP estão esgotados; SC entra na turnê

U-46. Este é o endereço.

Quem vai me dar hospedagem em Floripa?

Incrível!

A organização não cortou nenhum trecho da especial de hoje!!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Final previsível

Usar o "se" nunca muda nada. O "se" é apenas uma palavra que serve para que fiquemos com a cabeça cheia de suposições sobre o que já aconteceu.

Mas não deixo de pensar que, se Despres não tivesse tido os maus resultados que teve nas primeiras especiais, a competição pelo primeiro lugar nas motos seria, tal qual nos caminhões, decidida nos últimos quilômetros.

Mas não foi assim que a história se desenrolou, e mesmo com as três vitórias seguidas em especiais que Cyril arrecadou - incluindo a de hoje, era quase impossível o francês encostar em Coma - quase porque a palavra impossível não combina muito com a cara do rally.

Marc Coma liderou absoluto pelos percursos desta edição. Tanto que sua vantagem para Despres é bem grande: 1h28min03. As probabilidades de perder essa prova são quase zero.

Fretigne, que depois da saída de Jonah Street levaria sua Yamaha para o vice campeonato do Dakar, viu Cyril se aproximar até pegar seu segundo lugar. Suas probabilidades de ter novamente sua posição não são grandes: apenas de estar apenas seis minutos e pouco atrás do francês, é indiscutível a superioridade da KTM.

Assim sendo, amanhã provavelmente teremos o mesmo quadro que vemos hoje: Coma, Despres, Fretigne. E assim terminará, para as motos, a 30ª (primeira?) edição do Dakar.

Aos brasileiros

Já falei que apesar de não ter tido o resultado esperado, André Azevedo e seus companheiros tiveram uma boa classificação. Assim, também, foi o penúltimo dia do Dakar para o resto do comboio brasileiro.

Entre as motos, Zé Hélio conseguiu a sua melhor posição na corrida: sétimo lugar, 4min28 atrás de Despres, campeão da etapa. Na geral, continua na 12ª colocação, mas sua diferença para o 11º diminuiu. Mas talvez não o bastante para ser tirada em uma etapa. Rodolpho conquistou o 36º lugar, subindo para a 33ª posição.

Nos carros, Jean e Youssef ficaram a 22min31 de Roma e Cruz Senra, classificando-se na 15ª posição. Na geral, conseguiram subir cinco colocações, e agora estão em 20º lugar - precisarão, porém, lutar para manter essa posição até Buenos Aires. A outra dupla, Pichini e Roldan, também teve um dia bom, com um 52º lugar. No acumulado, passaram para o 66º lugar, subindo três posições.

O último tango

A dança entre os líderes da categoria caminhões só acabará amanhã, última etapa do rally. Com a vitória de Kabirov na especial de hoje, o russo e seus dois companheiros voltaram à liderança da prova. A diferença, no entanto, não é confortável: exatos três minutos o separam de Chagin. A não ser que aconteça alguma coisa com os dois primeiros, De Rooy está fora do tango: tem uma diferença de 57min37 para o piloto da Kamaz.

André viu um quadro similar ao da nona etapa: na última parcial, liderava - sua diferença, porém, era mínima para De Rooy: 13 segundos.

Acabou alcançando a quarta posição, 2min47 atrás do campeão da especial. Na geral, segue no sexto lugar. Suas chances de alcançar os cinco primeiros são mínimas: está a quase uma hora de Echter. O sétimo colacado tampouco representa perigo aos brasileiros: está a mais de 14 horas de Kabirov.

Holowczyc/Fortin: feliz surpresa

O nome do piloto é difícil: Krysztof Holowczyc. Do navegador, nem tanto: Jean-Marc Fortin. Mas o nome complicado do polonês ao volante não é desculpa para que a dupla, a bordo de um Nissan, passe em branco.

Os dois seguiram um Dakar constante e raríssimas vezes estiveram fora dos dez melhores das especiais. Hoje, o auge - pelo menos nesta edição, e por enquanto, já que ainda falta uma etapa: o segundo lugar na décima terceira especial.

O dia foi atípico, a começar pelo vencedor. É difícil considerar uma Mitsubishi ganhando a etapa como atípico, mas Nani Roma e Cruz Senra só alcançaram este feito graças à estratégia da Volkswagen. A equipe alemã optou por seguir em comboio, e enquanto Depping/Gottschalk andavam mais à frente, Miller/Pitchford e De Villiers/Von Zitzewitz acabaram alcançando sétima e oitava colocações, respectivamente.

Holowczyc e Fortin chegarem à segunda posição também é resultado da estratégia dos Touareg. Mas não só isso. Robby Gordon e Andy Grider, que chegaram a andar na frente em certo ponto da especial, acabaram perdendo cerca de 18 minutos, o que os levou à décima sexta posição.

No quadro geral, porém, tudo continua igual: Giniel/Dirk continuam na liderança, a 2min20 à frente de seus companheiros de equipe - a Volkswagen, pelo que parece, já colocou o simpático gnominho sul-africano e seu navegador como primeira dupla. Gordon/Ico-Grider seguem na terceira posição, feliz surpresa que aconteceu não somente por causa do abandono de Carlos Sainz/Michel Perin e dos problemas de Roma/Senra. E podem ficar - levemente - sossegados, já que a dupla que está na quarta posição, Ivar Erik Tollefsen/Quin Evans, está a horas dos estadunidenses.

O Dakar segue para sua última especial com um quadro diferente do que se viu nos anos anteriores: a Volkswagen na liderança e a Mitsubishi tendo sua única vitória em um dia atípico.

Apenas uma pequena observação

Segundo Michel Perin, no ponto em que ele e Sainz caíram havia um erro aparentemente pequeno, porém decisivo, na planilha.

Conta o navegador que ali estava escrito perigo. "Mas, na verdade, deveria estar escrito extremamente perigoso", disse ao site Webventure.

A diferença pode parecer boba, mas de acordo com o grau de dificuldade a dupla analisa como vai entrar naquele ponto.

A rota de hoje (n)

Como o site do Dakar não divulgou a rota de hoje, decidi colaborar para a excelente cobertura do site e fazer, eu mesma, as alterações.Como vocês podem notar, não alterei a quilometragem da prova. Nada pessoal, apenas um leve problema com a matemática.

Picotando

Tá certo, tudo isso é por motivos de segurança e tals. Mas, caramba!, encheu o saco já tanto picote nesta prova!

A mudança de hoje é devido a uma chuva torrencial que caiu nas regiões de La Rioja e Córdoba, tornando grandes partes do percurso intransitáveis. Com isso, os competidores partirão em deslocamento até o PC4 da especial, no km 324. De lá, partem para um trecho cronometrado de 220 km, e depois voltam para um deslocamento de 47 km.

O percurso inicial era de 161 km de deslocamento, 545 km de especial e 47 km de deslocamento final.

Ao todo foram cortados 325 km.

Ficarei esperando a gambiarra que o site dará naquele desenho da rota de hoje.

Recaptulando:

Deslocamento inicial: 360 km
Especil: 220 km
Deslocamento final: 47 km

PS: a especial de hoje seria ideal para Carlos Sainz, pois passará por alguns trechos usados pelo WRC da Argentina.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

O vídeo do acidente

O vídeo do acidente de Carlos Sainz e Michel Perin (que você pode ver aqui) é uma peça simbólica. Mais do que o próprio acidente - a queda em si não é mostrada pela imagem, apenas a hora em que o carro já está de cabeça para baixo e os ocupantes fora do veículo -, o vídeo reflete o espírito dos competidores deste rally.

O desespero de continuar não é exclusivo de Sainz, que parece não se conformar com o fato de seu navegador estar ferido e fora da prova. Não é só por que ele estava liderando. Acidentes, quebras e afins que pipocam durante o dia estão carregados da mesma vontade de voltar. Se o objetivo do competidor não é ganhar, não é chegar entre os top alguma coisa, pelo menos ele sonha em atravessar todo os obstáculos e cruzar a linha de chegada. Todos, de certa forma, têm esse "quê" de Carlos Sainz. Aliás, muitos acidentes sérios foram gerados exatamente por causa disso - quando Richard Sainct morreu, em setembro de 2004, durante o Rally dos Faraós, ele já havia sofrido uma queda e estava meio tonto, mas não desistiu.

Mas você não precisar pensar nisso quando for assistir ao vídeo. Sinceramente, eu ri quando Sainz perguntou sobre o ombro de Perin e o navegador respondeu com um gemido. Ou quando ele vai lá, novamente, e fala pra Michel "take your time, take your time" e o cara responde "It's all over for me, Carlos". Porque, na minha cabeça, ficava imaginando que Sainz e um certo navegador se dariam muito bem...

(PS: não quero que vocês pensam que me diverti com a lesão de Perin. Tenho muitos motivos para não achar acidentes no Dakar legal, principalmente aqueles envolvendo navegadores. Mas, convenhamos, tem como não rir de Sainz?)

Sem Déjà vu

Com o resultado da especial das motos, hoje, era inevitável falar da recuperação de Cyril Despres - no primeiro dia, ocupava a 22ª colocação; com a vitória na especial de hoje, está em segundo - e como isto fez com que Fretigne, da Yamaha, voltasse para o terceiro lugar.

Mas veio-me à cabeça o Dakar de 2007, quando Despres recebeu a taça das mãos de Marc Coma.

Era a 13ª especial. Marc vinha com uma vantagem tranqüila, 52min48 para Cyril. O percurso seguia de Kayes para Tambacounda. Por volta do km 50, Coma sofreu um acidente. Estava a seis quilômetros do trecho indicado no road book. Sua moto pegou uma raiz e jogou-o de encontro a uma árvore.

Durante o Dakar, eu sigo uma espécie de rotina: logo que acordo, a primeira coisa que faço é ligar o computador. Neste ano, a coisa ainda está sussa na hora em que me levanto, mas naquela época, com o rally na África, a prova já pegava fogo.

Estava digitando o endereço do site quando minha mãe me ligou. "Você já soube?"

Minha garganta chegou. A última vez que ela havia ligado para casa com aquele tom de voz fora no dia 11 de janeiro de 2005, dia da morte de Fabrizio Meoni.

Assim que comecei a ler a notícia, meus olhos encheram-se de lágrimas. Pelo telefone, minha mãe dizia para eu me acalmar, ler o resto. Eu não queria, já dava Marc como morto. "Ele está vivo, mas sofreu um acidente".

Sério, mas não corria risco de morte. A prova pra ele, porém, estava morta.

"He is ok, no problem", foi a notícia que tive do espanhol por meio de Cyril, em fevereiro daquele mesmo ano.

Despres assumiu a segunda posição, mostrando uma ótima recuperação. Fretigne acabou perdendo seu posto, e provavelmente terá de se contentar com o terceiro lugar. Mas, mais do que isso, Marc Coma segue liderando, com 1h29min48 do francês da KTM. Conseguiu, assim, cruzar a antepenúltima etapa do rally, mesma em que ficou pelo caminho, há dois anos atrás.

Ainda não é hora de comemorar vitória. Mas, agora, ela ficou ainda mais perto.

Eram muito lindos, mas...

Nani Roma está parado no km 165 há mais de uma hora. Problemas mecânicos. Mesmo se continuar na competição, vai cair demais.

Se, no ano que vem, a Mitsubishi voltar com o modelo Racing Lancer, tem que se lembrar de, primeiro, benzer o carro e tacar um punhado de sal grosso.

Sainz e Perin estão fora!!

Carlos Sainz e Michel Perin, que lideravam a prova com uma boa vantagem, estão fora da disputa!!

A dupla caiu em um desnível no km 79 desta especial e Perin acabou machucando o ombro. Como isso, a dupla teve que ser resgatada pelo helicóptero da organização, o que automaticamente desclassifica os competidores.

Quem assume a liderança agora é Mark Miller e Ralph Pitchford, também da Volkswagen. Do jeito que as coisas andam, é melhor esses caras tomarem cuidado...

Tesourada e chuva

Dessa vez, a culpa foi dos arqueologistas. Por causa de peças arqueológicas na rota do rally, a organização teve que - de novo - cortar uma parte da especial. São cerca de 30 km a menos para os competidores.

Aliás, os moçoilos e moçoilas têm uma companheira inusitada para esta etapa: chuva. Sim, chuva.

Terrenos diversos, chuva, quebra, quebra, quebra, quebra, quebra. Este Dakar promete ficar na história.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A rota de hoje

Seguindo o jeito Dakar de ser, tracei a rota modificada da décima etapa,

Ficou bom, né? Vou mandar pro site. Quem sabe eles não me contratam no próximo ano.

Sem décima especial

A organização foi até onde dava no corte de especiais. Para amanhã, a previsão é de forte nebulosidade para boa parte do trecho. Com isso, os helicópteros médicos e da organização não podem levantar vôo, além de atrapalhar bastante a pilotagem dos competidores.

Com caminhos alternativos indisponíveis, o resultado parece óbvio: cancelamento da etapa. Com isso, a caravana segue em deslocamento para Fiambala, na Argentina, onde largam na quinta-feira para a 11ª etapa.

Aliás, um parênteses: a edição de 2008 deveria ser a 30ª. Foi cancelada. Se, mesmo com etapas canceladas, a ordem continua a mesma - por exemplo, os competidores não partirão para a DÉCIMA etapa na quinta, não deveríamos estar na 31ª edição do Dakar?

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Caminhões e quadriciclos

Nos caminhões, a brincadeira foi até chata. Chagin larga na frente, chega na frente. Seu tempo foi de 1min44 para De Rooy - outra constante no rally. Kabirov ainda lidera, mas os 14 segundos não são o bastante.

André conseguiu na sétima colocação, 42min38 atrás do primeiro trio. Na geral, segue na sexta posição.

Entre os quadriciclos, a melhor ficou com o argentino Marcos Patronelli, que fez o trecho em exaustivos 8h20min30. Machacek veio logo atrás, 28 segundos. Obviamente, continua liderando. Aliás, se não sofrer a sindrome dos líderes - vide Gonzalez e Declerck -, nada tira sua vitória: está a 2h30min34 de vantagem para Patronelli!

Tô liderando, tô liderando... ops!

De repente a dupla Orlando Terranova/Alain Guehennec aparece liderando a especial. Uma liderança apertada, pouquíssimos segundos, mas em duas parciais estava como líder. Então... desapareceu.

A dupla, que tinha tudo para ficar no top three da especial, acabou capotando no km 180, tendo que se retirar da prova. Tá louco! Uma hora você está na liderança e, de repente, puf!, tá fora.

Tomou a dianteira Gordon/Ico-Grider, mas Saniz e Perin vinham na cola do Hummer. Desfecho: Volks em primeiro, com míseros 21 segundos de vantagem da dupla estadunidense. De qualquer jeito, Gordon merece os parabéns. O cara é bem conhecido pelo seu lado porra "loca". Força demais da conta.

Em terceiro, Miller/Pitchford, seguidos por Chicherit/Baumel, de BMW e Nani Roma/Cruz Senra. De Villiers/Von Zitzetwitz ficaram em sexto, 18min15 atrás de seus companheiros Sainz/Perin. Com isso, a distância da dupla aumentou para 27min31, um tempo considerável.

Pela diferença entre o Volks de Miller e o Mitsubishi de Nani Roma, dificilmente o espanhol tira a trifeta da montadora alemã - faltam quatro estágios para o final, e todos prometem ser mais lights.

Na ala brasileira, Jean e Youssef conquistaram a 19ª colocação. No quadro geral, estão na 25ª posição. Já Pichini e Roldan ainda não deram as caras mas, se tudo der certo, pegam o 70º lugar - até a última especial, estavam em 59º na geral.

Zebra

Dia confuso muitas vezes é sinônimo de zebra. A décima etapa do Dakar não foi diferente: o campeão da etapa foi Jordi Viladoms, espanhol. Foram 6h35min26, 1min06 de vantagem para Alain Duclos. Quem? Pois é... zebra! Alain, francês, vinha em uma boa subida nesta edição, chegando a ficar em quarto na etapa de domingo. Ocupa a 44ª posição.

Para dois competidores ponteiros, a etapa não foi das melhores: Cyril Despres acabou se perdendo e foi seguido por Marc Coma. Os dois andaram 23 km a mais e acabaram chegando em 6º e 7º, respectivamente.

Na geral, Fretigne deve começar a se preocupar novamente. Se conseguiu se livrar de Jonah Street, Cyril parece disposto a alcançar a segunda posição: está a menos de dez minutos do piloto da Yamaha. Coma ainda lidera com ampla vantagem, 1h24min50 para Fretigne.

Entre os brasileiros, nenhuma grande mudança: Zé Hélio terminou em 17º, continuando em 12º - e não acho que ele passe Pedro Gonçalves, que está a mais de meia hora à frente. Rodolpho chegou em 35º, e agora ocupa a 37ª colocação.

Os grandes esquecidos (II)

McRae. O nome apareceu, na lista de classificação de ontem, duas vezes, ambas na coluna de motadoras: com Michel De Groot/Gaby Uljee e Eliseo Salazar/Ruben Garcia (quem?? O cara da porrada? É, mas isso a gente deixa pra outra hora...)

O responsável pela empreitada não aparece na lista de chegada da 9ª etapa, mas passou pelo primeiro PC em 44° na especial de hoje.

Conhecido também como "irmão do Colin", Alister foi campeão britânico de rally e correu no WRC por vários anos, conquistando cinco estágios e nenhuma vitória.

O protótipo que leva seu sobrenome foi construído com base no Range Rover Sport, da Land Rover. O design do veículo que guia, para mim, tem a frente com cara de traseira, mas o McRae de Salazar, por exemplo, ficou bonito pra caramba!

A intenção de Alister era chegar com todos os carros ao final. Infelizmente a dupla Aart Bosman/Jan Domburg disseram adeus ao Dakar na 4ª especial, mas os outros carros seguem firmes e fortes!

Perguntado se a morte do seu irmão causou algum desgosto pelo automobilismo, garante: “O acidente foi terrível e muito difícil, mas adoramos o esporte a motor, e vamos continuar fazendo, sempre”.

Ahn?

WTF?

De repente, a penal de mais de 200 horas - exatamente, 200 horas! Vamos combinar, quem consegue ter uma penal de 200 horas? - que foi dada a mais de metade da caravana, puf, desapareceu! Veja lá... Pichini e seu Roldan agora figuram em 72°, com 7h11min de penalidade. Peraí... não eram 207h11min?

Enquanto isso, Isidre Esteve Pujol e Auge Medina aparecem em 93° lugar, simplesmente com 202h41min de punição!

Ai, cacete...

Fala a verdade...



A rota de hoje ficou bonitona com esta edição, né!
.
Pra quem não sabe, a organização cortou uns 200 km da especial. Daí a obra de arte acima!

Música para os ouvidos

Ei... você quer escutar um barulhinho bom? Então entre no Tazio e ouça a música deliciosa que o Ico,direto da Itália, gravou!

A culpa é do roteador (e do Veet)

De repente, a internet caiu. Eu me preparava para o post sobre as motos, mas nenhum site entrava. Do quarto, perguntei para senhora e senhorinha Roldan o que estava acontecendo.

Ah, os benefícios da internet Wi-fi! Só ela permite que possamos conectar o computador de qualquer parte da casa, isolando-nos cada vez mais do convívio social. E, é claro, só ela faz com que eu pague 14 dólares para acessar a internet por 24 horas no O'Hare - uma vez li uma crônica do Flavio Gomes sobre tratar os aeroportos pelo nome, não pela cidade, mas não lembro muito bem do texto, então foda-se.

Disseram-me os componentes da sala que sentiram um cheiro de queimado e decidiram desligar da tomada os aparelhos. Não detectaram o problema e devolveram-me a querida isoladora social. Só que... ela não conectava.

Peguei o lap top - lap top, tá? Não gosto de notebook - e fui explorar aquele emaranhado de fio. Uma luzinha do modem - aquilo é o modem, certo? - estava apagada. Mexi daqui, dali, nada. Tira cabo, põe o cabo, tira, põe, nada.

Cansei e liguei para a Telefonica. Atendeu-me a voz gostosa de Andersson. Passei os dados e falei da tal luzinha. "ADSL?" "Não, Ethernet". Ele foi - teoricamente - falar com o supervisor.
"A senhora já viu se os cabos estão conectados direito?"
"Já"
"A senhora usa roteador?"
"Uso"
"E já tentou desconectá-lo?"
"Não"

Voilà! Eis que tiro o cabo do aparelho e a internet dá as caras novamente! Agradeci ao Andersson e segui com minha jornada. A história, agora, era descobrir que merda acontecera com o roteador. Na tela do lap top, o tigre que me serve como papel de parede já olhava-me triste, como se soubesse que passaria longos dias sem sair do estojo roxo de bolinhas - era promoção na Best Buy!

Quando estava prestes a jogar toda aquela tralha pela varanda, respirei fundo e decidi que era melhor ir para cama e ler um livro.

Deitei-me e peguei o que havia acabado de comprar, "A Arte de Correr na Chuva", que conta a história de um cachorro, Enzo, que era fanático por fórmula um. Garth Stein, autor do livro, era fã do Senna, e seu personagem é mestre em andar na chuva.

Mas o livro começa de forma triste. Assim que terminei o primeiro capítulo, coloquei-o de lado para dormir. A única coisa da qual não precisava agora era chorar por causa de um livro.

Dormi e sonhei com minha irmã de dez anos querendo passar Veet na perna. Eu dizia que eram só três minutos com o treco na perna, e ela argumentava que podia ficar até seis horas. Então resolvi contar que, segundo estudos, ficar muito tempo com o negócio poderia fazer sua perna cair (uau! Sonho é mesmo uma coisa maluca!).

Acordei pensando que tinha que passar o creme, já que queria usar um vestido preto hoje. Antes, liguei o computador, conectei ao Speedy e, tã-rã!, ele estava navegando! Não, o roteador continua inutilizável, mas paciência, que meu tigre aproveite seu descanso.

Mas já que estava acordada, decidi que primeiro cuidaria da minha perna. Não, não achei o vestido preto, mas com o calorão que tem feito, uma bermuda já estava de bom tamanho.

Então, saibam vocês que a culpa de o post das motos não ter chegado até vocês é toda do roteador. E do Veet e deste texto, que consumiram parte da minha manhã e fizeram com que eu me atrasasse.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Um pouco de sorte faz bem

Carlos Sainz e Michel Perin contaram com uma pitada de sorte hoje e ganharam mais uma especial. Sorte porque seus companheiros de equipe, Mark Miller e Ralph Pitchford, que vinham liderando a etapa de hoje com cerca de quatro minutos para seus companheiros, acabaram tendo um pneu furado, perdendo a dianteira. Melhor para os líderes da prova, que abriram 19min52 para De Villiers e Von Zitzewitz - note que agora eu nem escrevo o Dirk. Acho que me empolguei em conseguir escrever Zitzewitz sem ficar olhando mil vezes em outros sites. O simpático gnominho sul-africano e seu companheiro chegaram na quinta posição, 12min01 de Sainz e Perin.

O destaque do dia foi a dupla franco-argentina Orlando Terranova e Alain Guehennec, em quarto lugar, com sua BMW. Nani Roma vai se afastando cada vez mais de qualquer possibilidade de, de repente, chegar ao título. Ele e Cruz Senra já estão a 58min12 da dupla líder. Na etapa, chegaram a 24min41 do Volks. Alguém ainda tem dúvidas de que o Lancer está tomando um pau do Touareg?

Na classificação geral, o grande destaque é Robby Gordon e Andy Grider - aquele que é a cara do Ico -, com seu Hummer monstro. A dupla ocupa a quinta posição, com 35h00min24. Nani Roma tem que tomar cuidado: ele está um pouco de meia hora à frente dos estadunidenses. Trifeta de Volkswgen seguida por Hummer? A coisa estaria TÃO feia assim para o Lancer? (Só ouço aquele grito em minha cabeça: nãããããão!).

É... a gente acha que o bicho vai fazer bonito... humpf

E os brasucas? Jean/Youssef se recuperaram bem da quebra de ontem: largaram abaixo do centésimo e chegam em 20º. Já Pichini/Roldan chegaram agora a pouco, em 78º. A dupla vinha fazendo um bom tempo, andando sempre entre 50º e 60º, mas muito provavelmente não se deram muito bem com as dunas finais.

Na trave

André Azevedo chegou a liderar a etapa de hoje, mas nos quilômetros finais, Vladimir Chagin coseguiu assumir a ponta. E com vantagem: a diferença dos dois, que durante a especial era de, no máximo, 5 minutos, chegou a quase 25 min ao final - André ainda não deu nenhuma declaração, mas não descarto que as dunas, que prevaleciam na última parte da etapa, tenham atrapalhado um pouco.

Com isso, o russo também assumiu a classificação geral, antes pertencente ao seu conterrâneo Firdaus Kabirov. A diferença entre os dois é de 29min50. André conseguiu assumir duas posições, subindo para sexto, mas seu grupo está a um pouco menos de uma hora do trio à frente - muito tempo.

Mas amanhã o dia é foda e podemos ter algumas surpresas.

Feeling blue

O Rally da Irlanda será, digamos assim, menos azul. Pela lista de inscritos, a Subaru estará representada apenas por pilotos privados. Que fim levou a Adapta? Não sei, ainda não consegui achar a informação.

Citroen e Ford estão confirmadas com suas duplas originais: para a francesa, Loeb/Elena e Sordo/Martí. A outra volta com seu caráter finlandês com Mikko Hirvonen/Jarmo Lehtinen e jari-Matti Latvala/Miikka Anttila. Além disso, ela correrá com Khalid Al Qassimi/Michael Orr como terceiro carro.

Uma das grandes novidades é a troca da promessa Urmo Aava: da PH Sport (equipe satélite da Citroen), o estoniano passou para a Stobart, na qual correrá por oito etapas. Além dele, correrão pela equipe Henning Solberg e Matthew Wilson.

A outra boa notícia é a chegada de uma nova equipe, a Citroen Sport Junior Team, que contará com três pilotos: Sebastien Ogier, campeão do J-WRC do ano passado e líder dos primeiros estágios do Rally da Grã-Bretanha, Conrad Rautenbach, típico piloto do "ixi, vou ter que aprender a escrever o sobrenome dele", e Chris Atkinson - do time do "ae, aprendi a escrever!!". É, Atkinson, ex-piloto da Subaru.

E Solberg nesta parada toda? Como já havia dito, o norueguês não conseguiu se inscrever a tempo. Também perdeu a deadline do Rally da Noruega, mas conseguiu que os organizadores esticassem um pouco. Se inscreveu, mas ainda sem equipe. Dizem por aí que ele está conversando com uma certa equipe francesa, e poderia ser companheiro de um certo penta-campeão.

É... acabou-se. Sayonara, Subaru. Definitivo, pelo que parece.

No children

Deu na FolhaOnline: Crianças que brincam com bonecas se tornam pais amorosos; leia trecho

Isso significa que é melhor eu ter um gato ou um cachorro, já que abominava bonecas e só brincava com bichinhos de pelúcia?

Os grandes esquecidos (I)

Com o costume de olhar sempre a ponta de cima da tabela de competidores, por vezes nos esquecemos de figuras curiosas que, mesmo não andando entre os grandes, já foram destaque no mundo motorizado.

Entre nomes de motociclistas famosos como Alfie Cox e De Gavardo, que hoje se aventuram pelas quatro rodas - o chileno já correu dois Sertões, ao lado do Sid Broering, um nome chamou-me a atenção: Isidre Esteve Pujol.

Isidre era piloto oficial da KTM, e acho que com isso uma coisa já é quase certa: o cara era bom. Corria ao lado de Marc Coma, Cyril Despres, Fabrizio Meoni e Richard Sainct, chegando a lutar pelo título em algumas edições.

Em março de 2007, porém, as coisas mudaram: Isidre sofreu um grave acidente durante a primeira etapa do Campeonato Espanhol de Rally em Todo Terreno e, por causa de uma queda, sofreu uma lesão medular grave. Acabou sem os movimentos da cintura para baixo, o que significava que sua carreira como motociclista estava acabada.

Mas Pujol voltou. A bordo de um SsangYoung adaptado, está, no momento, em 59° lugar. Passou pelo km 131 em 21°. Seu projeto, em parceria com a marca de carros e a Prossegur, é correr o Campeonato da Espanha e mais duas edições do Dakar.

"É claro que a minha vida mudou desde o acidente, mas o mundo não acabou. Cheguei ao topo quando competia nas motos. Agora, nos automóveis, quero também chegar ao topo. As coisas não se fazem de um dia para o outro e estou consciente das dificuldades e do longo caminho que terei de percorrer", disse Isidre à Autosport.

Quase não admiro esse cara.

Corta daqui, corta de lá...

Com o excessivo calor, a areia dos km finais da especial ficou muito fofa. Com isso, a organização decidiu tirar 20 km da metragem total, finalizando o trecho no km 30. Eles temiam que a galera ficasse por ali. Igual, talvez, à especial de San Rafael...

A rota de hoje


9ª etapa
La Serena > Copiapo
Deslocamento inicial: 8 km
Especial: 449 km
Deslocamento final: 0 km
Total: 537 km
.
Especial típica desta edição do Dakar: terrenos para todos os gostos. O trecho cronometrado começa com um terreno cheio de pedras. Ao final, o prato principal do dia: aqui os competidores entram no Atacama, o deserto mais seco do mundo. Segundo a organização, será o primeiro dos três dias mais difíceis da competição. Estava com saudade das dunas? Elas voltaram!

domingo, 11 de janeiro de 2009

Nas outras rodas

De nove segundos para quase onze minutos. Convenhamos, para quem estava com o segundo colocado praticamente colado, a vantagem que Carlos Sainz e Michel Perin conquistaram com o primeiro lugar nesta etapa deixou-os mais ou menos confortáveis. Mais ou menos porque, apesar de ser um grande avanço, não é muito difícil perder essa vantagem: um pneu furado, um erro de navegação lá se vão os preciosos minutos. Para a Volkswagen, não seria um problema: a dupla perderia a posição para Giniel De Villiers e Dirk Von Zitzewitz, também da montadora alemã. E, para garantir, Mark Miller e Ralph Pitchford estão na terceira colocação - 18min05 de Sainz e Perin, uma distância também não muito grande.

Mas vencer um Dakar nunca é uma vitória qualquer. É o prêmio máximo no rally Cross-Country, é a possibilidade de serem novos ícones para o rally mundial - como Ari Vatanen, Stephane Peterhansel ou Jean-Louis Schelesser, só para citar alguns pilotos que admiro.

No caso de Sainz, ele seria o primeiro piloto espanhol a vencer o Dakar entre os carros. Também seria o terceiro piloto a vencer tanto o WRC quanto a maior prova do mundo - por enquanto, apenas Juha Kankkunen e Vatanen alcançaram esse feito. De quebra, seu navegador, Michel Perin, seria tetra-campeão da prova - venceu em 1994, 1995 e 1996, com Pierre Lartigue.

Os outros dois também têm suas marcas a bater: em ambos os casos, seriam os primeiros de seus países a vencer o rally, assim como Sainz. Além disso, outro fato importante: seria a primeira vitória da Volkswagen.

Para a marca, contanto que Nani Roma e Cruz Senra não consigam, milagrosamente, a primeira posição, não importa muito que dupla leva o caneco. Cada uma delas, porém, dará seu máximo nas últimas etapas para alcançar esse feito, único em todos os casos.

(E os brasileiros? E os brasileiros? Em um dia sem problemas - hurra! -, Pichini e Roldan conquistaram o 67ª lugar, 1h36min17. Já Jean e Youssef tiveram um dia totalmente atípico. O câmbio da Pajero da dupla quebrou e eles tiveram que ficar esperando André Azevedo chegar para rebocá-los. Falando em André, e os caminhões, hein? E os quadris? Nas motos de quatro rodas - provavelmente algumas pessoas me matariam por escrever isso -, com Declerck e Gonzalez fora, o caminho ficou aberto para Machacek, que está a 2h30min23 do segundo colocado, Patronelli. Nos caminhões, que tiveram o percurso encurtado, De Rooy teve sua 3ª vitória. Na liderança, Kabirov, Chagin bem próximo, a 5min42.)

Blog empoeirado

David Santos Junior, André Chaco, Daniel Costa, Donizetti Castilho e Caetano Barreira comandam, desde o começo da competição, um blog contando um pouco dos bastidores do Dakar. Após a saída de Guilherme Spinelli e Marcelo Vívolo, o teacher Fernando Solano juntou-se ao grupo.

Vambora lá, galera! Tem umas coisas bem legais no blog dos meninos!

Nas duas rodas

Zé Hélio vinha em uma tocada boa, liderando a etapa - eram três segundos de diferença para Marc Coma, vá lá, mas já teria tirado diferença suficiente para entrar no top ten. Mesmo após uma queda, conseguiu se manter em terceiro. Mas aí se perdeu e foi do céu ao inferno: chegou em 27ª, seu pior resultado nesta edição. Manteve-se na 12ª posição, mas Henk Knuiman, o 11º, tem mais de 20 minutos de vantagem, enquanto Paulo Gonçalves, logo atrás de Zé Hélio, vem a menos de um minuto.

Enquanto isso, Despres só tem motivos para comemorar: depois do mau começo, com a vitória de hoje conseguiu passar Ullevalseter e Street, tomando a terceira posição. O estadunidense, porém, tem menos de três minutos de vantagem para o francês, que vem colecionando litros de má sorte neste rally. Enquanto isso, Fretigne vem firme e forte com sua Yamaha: está a quase meia hora de Cyril. Sonhar com o primeiro lugar não é impossível, mas é algo bem difícil de acontecer. Marc Coma lidera desde o começo do rally e parece que dali não sai, dali ninguém o tira - tem 1h06min28 de vantagem para David. Porém, em uma competição com esta tudo pode acontecer: um simples erro pode render valiosos minutos.

E o Rodolpho? Conquistando um 35º lugar, tem chances de chegar entre os 40 primeros do rally.

(Ah, sim. Este é 500º post deste blog. Viva!)

Opa!

Sainz abriu 10min57 para o simpático gnominho sul-africano!

Libera geral!

A equipe da Volkswagen disse que não pretende fazer jogo de equipe. Segundo Kris Nissen, chefe da equipe, todos têm chances de vencer a prova. “A única orientação que podemos dar a eles é de terem respeito com os companheiros de equipe, e não assumirem muitos riscos, para chegarem com o carro até o fim. Mas agora, na metade da prova, é impossível de falar em trabalho de equipe”, disse o alemão.

Os Touareg ocupam as três primeiras posições. Entre Sainz e Perin, líderes do rally, e Miller e Pitchford, terceiros colocados, é de um pouco mais de quinze minutos. Entre eles, De Villiers e Von Zitzewitz. Ou seja: a disputa entre os Volkswagen será forte. Além deles, Nani Roma e Cruz Senra, únicos da Mitsubishi que continuam no rally, estão a 30 min atrás dos primeiros e, portanto, com alguma chance de alcançar o título - se, nesta última parte do Dakar, o Lancer andar mais forte que o Touareg, o que é bem difícil.

A rota de hoje

(Sem imagens...)

8ª etapa
Valparaiso > La Serena
Deslocamento inicial: 245 km
Especial: 294 km
Descolamento final: 113 km
Total: 653 km

Regioões montanhosas, rochosas e o Atacama está chegando! O dia de descanso ficou pra trás....

Parem tudo!!

O Zé Hélio está liderando a especial de hoje!

sábado, 10 de janeiro de 2009

O que diz Dimas Mattos

“O Sertões é o limite do prazer na pilotagem. O Dakar é sacrifício. É puro desafio humano, a prova de moto ficou lá atrás”

(retirado do Webventure)

"Nós somos o futuro da nação"

Minha irmã acaba de entrar no banheiro com seu Nintendo DS.

Fico imaginando se, daqui a alguns anos, teremos fichinhas de jogos eletrônicos ao lado do vaso, ao invés dos tão tradicionais revisteiros.

Lá se foi outro Lancer

Mais um Lancer foi pro saco na especial de ontem.

Stephane Peterhansel/Jean-Paul Cottret tiveram que esperar para serem retirados pela equipe de apoio. Os franceses sofreram, ontem, com o motor de seu carro: incêndio, aquecimento e, por fim, quebra. Com isso, é o terceir Lancer que apresenta problemas nessa prova. Começou com Alphand (que abandonou por outras circunstâncias), passou para Masuoka e atingiu o nove vezes campeão do rally - sete nas motos, duas nos carros.

Muito provavelmente, apenas a dupla Nani Roma/Cruz Senra restará. Os dois ocupam a quarta posição na geral, mais de quinze minutos atrás de Miller/Pitchford, a Volkswagen. Dificilmente lutará pelo título. A taça, neste ano, pertence aos Touareg.

O que resta para a Mitsubishi é evoluir os Lancer. Carro bonito não significa carro bom. Os novos Mitsubishi são fracos.

Será que Peterhansel olhava para a Pajero Evolution e ficava com saudades?

60º

Certa vez o filho de André Azevedo perguntou ao pai por que o Dakar é chamado de rally da morte. O piloto ficou um pouco desconsertado. Também, pudera: ele mesmo corria o rally já há anos. Como explicar para o filho por que a prova em que papai corre é conhecido por este nome?

O Dakar contabilizou nesta sexta-feira sua 60º morte. Claro, essa contagem causa certa desconfiança: como colocar na lista dois locais que chocaram-se com um caminhão de uma empresa que fazia logística da prova? Eles não morreram por causa da competição. Mesmo se pode dizer de Pacal Terry, encontrado morto na madrugada de terça para quarta.

Mas ninguém tem como causa-mortis o rally Dakar. Morre-se por lesões nos órgãos e nos ossos, pescoços partidos, órgãos perfurados.

O fato é que esse dois talvez não tivessem morrido não fosse um caminhão prestando serviço ao rally aparecer por lá (não estou entrando na questão religiosa da morte ser considerada, por algumas crenças, pré-estabelecida antes do nascimento).

Contabilizadas essas sessenta mortes, várias perguntas surgem: por que existe o Dakar? Por que as pessoas partem para essa prova mesmo tendo conhecimentos dos riscos envolvidos? E mesmo depois de terem ido, terem sofrido, ficado horas e horas sem dormir, por vezes noites na trilha a espera de socorro, sofrido todas as adversidades possíveis, eles terminam o Dakar já pensando no próximo ano?

Não pensem que é privilégio do Dakar. A prova foi criada justamente porque Thierry Sabine passou três dias perdido no deserto do Ténéré, em 1973, durante o rally Abdijan-Nice. Lá, prometeu que se saísse dessa vivo, organizaria o maior rally do mundo com uma infra-estrutura a serviço da segurança dos competidores.

E o que o levou a achar que pessoas participariam desta prova?

"Pra superar os próprios limites", me responderam. Superação. É isso que faz os competidores seguirem para o rumo do Dakar. Superar os limites, olhar para trás e falar "eu consegui".O mesmo que leva, por exemplo, um alpinista a escalar o monte Everest.

Não é o bastante? É, sim. É uma sensação de dever cumprido, mesmo não sendo um dever. Não é a dor. É o prazer de entrar em um carro e partir a caminho de algum lugar que não se sabe, pronto para cruzar todos os obstáculo a sua frente.

Nada que eu diga aqui vai convencer aqueles que não acreditam na força que a vontade de superação tem. Na força da adreanalina. Do coração pulsando. Da sensação de aventura, do desconhecido. Do sonho do desafio. Isso. Do desafio. Da vida, da morte. Alguns conseguem. Outros morrem tentando.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Volte em alguns (muitos) minutos

O blog voltará a sua programação normal após a meia-noite.

Mais um fora...

Uma quebra na L200 RS de Varela e Marcão forçou a dupla a retirar-se do Dakar. Ao Webventure, Reinaldo contou que os dois passaram a noite na trilha sob intensa chuva - chegou a chover granizo! "Tivemos que passar a noite dentro do carro, com muito frio, com medo de hipotermia, e tentamos nos proteger de todas as maneiras. Dormíamos e acordávamos a toda hora", conta o piloto.

Com isso, restam cinco representantes brasileiros no Dakar: Zé Hélio, Rodolpho Mattheis, as duplas Jean Azevedo/Youssef Haddad e Paulo Pichini/Lourival Roldan e o trio dos caminhões André Azevedo/Maykel Justo/Mira Martinec.

O negócio tá feio...

E começa a disputa!

Pausa no Dakar para uma notícia mega importante: a Toro Roso confirmou Sebastien Buemi ("o mundo é bão, Sebastião...") para uma de suas vagas.
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A confirmação gera uma incrível disputa na Fórmula 1: qual é o piloto mais feio: Kubica ou Buemi?

Como vocês podem notar, a competição é dura.

Mas nada de crise: não se esqueçam que, apesar do Button estar desempregado, ainda temos Fernando Alonso, Kimi Raikkonen, Heikki Kovalaien, Giancarlo Fisichella (um charme!), entre outros (mesmo?)!

(a foto de Robert Kubica foi retirada do Grand Prix. A de Buemi, do Tazio).

Última

Daddy ligou. Ele e Pichini estão parados a dez km do final da especial. O motivo? Câmbio quebrado.

Os dois aguardam o caminhão de apoio.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Adiós, Dakar

O Dakar terminou cedo para mais uma dupla da Mitsubishi. Hoje, Luc Alphand e Gilles Picard disseram adeus à competição após o navegador da dupla passar mal, após 12 km de especial. Transportados para o bivouac, os médicos não constataram nada sério no competidor.

Com isso, a Mitsubishi fica com apenas dois carros na competição: Stephane Peterhansel/Jean-Paul Cottret e Nani Roma/Lucas Cruz Senra. Com a etapa de hoje, as duplas ocupam sexto e quinto lugares, respectivamente.

As coisas não andam boas para a equipe japonesa...

Causa mortis de Pascal

A polícia da Argentina divulgou a causa mortis de Pascal Terry, encontrado morto na madrugada de terça pra quarta.

O laudo afirma que Pascal faleceu devido a um edema pulmonar, causado por um alimento que causou uma parada cardiorrespiratória. O piloto teria morrido entre segunda e terça-feira.

Ainda de acordo com a polícia, a morte poderia ser evitada caso Pascal tivesse sido socorrido antes. A busca começou de forma tardia porque outro Terry havia chegado ao acampamento -seu irmão, que também corre no rally.

Eu fico me perguntando: existem dois Terry. Só um chega ao acampamento. Qual é o motivo da confusão?

Enquanto isso, os dois britânicos que estão em coma seguem muito mal, segundo relatos da Argentina. E alguma coisa saiu no site do Dakar? Não. Ai, ai...

Alguém pode me dizer...

... que merda é zabumba?

Especial f*de tudo

A organização já havia avisado que o trecho entre Neuquen e San Rafael ia ser o pior desta primeira semana. Mas, pelo que parece, a palavra pior ainda foi fraca pro estrago que foi feito.

Peterhansel/Cottret foram vistos capotados perto do PC2. Jean Azevedo/Youssef Haddad atolaram feio fora do trecho, acionaram a equipe de apoio e conseguiram carona em um quadri. Coisa de louco.

Varela e Marcão também foram vistos perto da região dos Andes e passando um puta frio. Não tinha como ajudá-los.

Pichini e Roldan chegaram ao bivouac às 2h - horário daqui, o que deve dar mais ou menos uma hora lá.

Collet saiu do rally em decorrência de um acidente. O piloto desmaiou e foi resgatado pelo helicóptero, mas só sofreu um corte no queixo. Devido ao desmaio, porém, não foi permitido que ele continuasse. Menos mal que a coisa não foi feia: acidente de quadriciclo, quando acontece, é pior que de moto. Vide o de Robert Naji Nahas no Sertões.

Até a uma da manhã - horário daqui, o site do Dakar contabilizava 33 carros.

Muitos outros competidores se encontravam em situações semelhantes e, devido a isso, o trecho seguinte ao PC2 foi neutralizado. Com isso, 385 veículos largarão hoje.

A especial de hoje, entre San Rafael e Mendonza, foi atrasada em mais de duas horas por causa da dificuldade da etapa de ontem.

E, por último, os competidores farão o trecho até o km 178, por causa da história do vau.

Ufa!

Sem notícias

Sigo para a cama sem informações das três duplas brasileiras que ainda estão na especial: Jean Azevedo/Youssef Haddad, Paulo Pichini/Lourival Roldan e Reinaldo Varella/Marcos Macedo.

Como disse Ana Vieira, assessora de imprensa da Lubrax, via msn: vou tentar dormir.

Um fim

Eu tinha o sonho de ver Carlo Collet correndo o Dakar. Já falei aqui que considero-o o melhor piloto de quadriciclo do Brasil.

Desde que comecei a acompanhar o Dakar, em 2003, queria vê-lo no rally. "Quando você vai, Collet?" "Algum dia", ele respondia. "Algum dia..."

Três de janeiro de dois mil e nove demorou pra chegar, mas chegou. O dia. E com letra maiúscula não só por que é começo de frase.

O quadriciclo de Collet deu problema nos dois primeiros dias, mas eu tinha esperanças. Nas duas últimas etapas, foi crescendo na classificação. Na especial de ontem, chegou em 5º.

Estava andando bem no estágio de hoje. Passou pelo primeiro Posto de Controle em segundo. Mas, de repente, parou, não dava mais sinal no Tracking do rally.

Saiu uma nota na Webventure: pelo site do Dakar, Collet está fora da competição. E está, mesmo. O nome dele aparece lá em Withdrawals.

É o fim do começo, um fim, apenas. Terão muitos outros fins para Carlo Collet, no Dakar, fins que terminarão no fim, mesmo. Fins felizes, porque Collet merece um fim feliz. Um, não. Vários.

O que foi destaque no dia de hoje

Al Attiyah e Tina Thorner estão desclassficados. É isso aí. DESCLASSIFICADOS, fora, out. O motivo é que ainda não me convenceu. Digo, óbvio que acho que quem tentar cortar caminho merece ser desclassificado. Malandragem = punição, como disse Rodrigo Mattar. Mas a história do waypoint ficou meio estranha. De acordo com o regulamento oficial da prova, o competidor pode perder um limite de 3 waypoints. Al Attiyah disse que só perdeu um.


Com isso, os líderes agora passam a ser Giniel De Villiers (o simpático gnominho sul-africano) e Dirk Von Zitzewitz (também vencedores desta especial). Na seqüência (a trema não existe mais, mas me recuso a escrever sekência. Tenho até 2012 pra escrever da forma correta), Sainz/Perin e Miller/Pitchford. Os três de Volks. Os não-tão-fantásticos-assim Racing Lancer ocupam quarta e quinta posições, com Nani Roma/Cruz Senra e Peterhansel/Cottret.


Nas motos, Cyril Despres finalmente conseguiu ganhar sua primeira especial, chegando a sétimo na geral. Coma foi o segundo. Sua vantagem para Street é bem grandinha: 40min29. Fretgne, com sua Yamaha, está a menos de sete minutos do estadunidense. Será que ele alcança a segunda posição?


Zé Hélio chegou em 12º, mesma posição que ocupa na geral. Já Rodolpho conquistou o 49º lugar, subindo para 44º.

Aliás, fico feliz por nada acontecer com os dois. Nos carros, a bruxa anda solta.

Jean e Youssef chegaram em 13º, 55min51 atrás dos primeiros. Pichini e Roldan não constam na lista de chegada, enquanto Varela e Marcão, segundo informações extra-oficiais, nem largaram.

A notícia mais triste, porém, ficou por conta da dupla brasileira melhor colocada na competição: Guilherme Spinelli e Marcelo Vívolo capotaram feio e saíram do rally. Segundo a webventure, o acidente chegou a amassar o capacete de Vívolo. É uma pena, mas fico feliz que nada tenha acontecido com eles.

Nos caminhões, o trio brasileiro chegou em 11º, 1h46min26 do primeiro, liderado Chagin - e quem veio em seguida? Kabirov e De Rooy! Na geral, os brasucas ocupam a 9º posição.

E nos quadris? Não costumo perder o tesão por uma categoria só por que não tem brasileiro correndo. Mas como já disse, a ida de Collet para o Dakar tinha um significado muito especial para mim. Entretanto, the show must go on.

Machacek chegou a 10min04 de Gonzalez, mas o espanhol continua no domínio no quadro geral.

Por fim, Dakar foda. O mais foda que já vi, pior que as especiais no deserto. E não chegamos nem na metade.

A próxima etapa (VI)

(Vejo que me embananei com os números, mas agora vai ficar assim mesmo)



6ª etapa
San Rafael > Mendonza
Deslocamento inicial: 76 km
Especial: 395 km
Deslocamento final: 154 km
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Cerca de 60 km de passagens por dunas marcam o início da especial. A segunda metade será um pouco mais fácil, mas os competidores deverão tomar cuidado com um longo vau. Chegando a Mendonza, os Andes dizem bienvenidos aos integrantes da caravana do Dakar.

A primeira de Jonah, o primeiro de Al Attiyah/Thorner

Apesar da morte de Pascal Terry, o Dakar segue seu curso.

Jonah Street, estadunidense, vice-líder, foi o campeão da etapa de hoje. Vinha como segundo até o quilômetro 476, mas conseguiu, em 40 km, tirar os 6min18 que o separavam de Francisco Lopez e botar mais 1min16 no chileno, que acabou caindo para terceiro - atrás de Verhoeven.

Despres e Coma, vencedores do Dakar, chegaram em 8º e 9º, respectivamente. David Fretgne, que tenta bater o domínio da KTM, ficou 11min12 atrás do primeiro, levando sua Yamaha à sexta posição.

Os dois brasileiros que sobrevivem na categoria, Zé Hélio e Rodolpho Mattheis, conquistaram a 12ª (a 35min54) e a 45ª (5h57min43) posições. Com isso, Zé sobe uma posição, passando a ocupar o 13ª lugar. Já Mattheis dá um salto de 54º para 40º.

Entre os líderes, Coma ainda domina, mas sua diferença para Street baixou para 27min12. Fretgne segue firme na terceira posição.

Entre os carros, confirmou-se a vitória de De Villiers/Von Zitzewitz - para a tristeza dos franceses do Toyota, que poderiam seguir o rumo para San Rafael sem ter feito nem metade do percurso. A dupla da Volkswagen completou a especial em 5h47min43. O destaque foi o Hummer - puta carro feio! - de Robby Gordon e Andy Grider - que, a primeira vista, lembra muito o Ico, que chegaram a liderar durante a etapa e ficaram com a terceira posição (não vou entrar aqui na imagem que tenho de Camelo, ops... Gordon).

Com Sainz/Perin terminando em nono, a dupla Al Attiyah/Thorner conseguiram tirar a diferença de 3min46 que os separavam dos competidores da Volkswagen, alcançando a liderança da prova e abrindo 2min24.

A melhor Mitsubishi do dia foi Stephane Peterhansel/Jean-Paul Cottret, que sofreram com as dunas e chegaram em 5º, 7min12 atrás do primeiro. Na geral, Nani Roma/Cruz Senra são os melhores representantes da marca japonesa, na quinta posição, 24min29 atrás de Al Attyiah.

Entre os brasileiros, a melhor - e única - dupla que chegou foi Spinello/Vívolo, que agora estão entre os top ten do rally (vide o post abaixo).

Nos caminhões, André completou a etapa 9h44min33, e acabou caindo, na geral, de 5º para 9º. O campeão foi Firdaus Kabirov, com 6h43min56. Na geral, De Rooy lidera com um tempo apertadíssimo de 13 segundos (isso mesmo, treze sengundos!) para Kabirov.

Nos quadriciclos, Gonzalez completou em 8h52min38, e alcançou a liderança da prova. Na categoria, o dia foi marcado pelo abandono: 5 quadriciclos - quatro da Can-Am - saíram da competição.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Top ten!

Os brasileiros Guilherme Spinelli e Marcelo Vívolo estão entre os dez primeiros do Dakar! A dupla conquistou, na especial de hoje, o 12º lugar, 40min15 atrás de De Villiers e Dirk, campeões da etapa.

Com esse resultado, os dois ficam a 1h39min26 do lídera da prova. À sua frente, na ordem, estão Al Attiyah/Thorner, De Villiers/Von Zitizewitz, Sainz/Perin, Miller/Pitchford, Nani Roma/Cruz Senra, Peterhansel/Cottret, Gordon/Grider, Alphand/Picard e Depping/Gottschalk. Quatro Touareg (Volks), três Lancer (Mitsubishi) e um Hummer.

Os brasileiros estão a bordo da Pajero Evolution usada por Peterhansel e Cottret no ano passado. Um carro campeão, portanto. E, dizem, Guiga andava horrores - no melhor sentido da palavra - com o carro. Como diria Buzz Lightyear, do Toy Story: "ao infinito e além!"

Durou pouco...

... a liderança de Christian Poirault e Yves Tartarin - os franceses da Toyota. Por algumas horas, os caras foram os vencedores da especial de hoje. Mas aí alguém percebeu o erro e consertou. Pobres franceses... nem puderam desfrutar de sua vitória: ao que parece, eles pararam no começo da especial.

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É, com certeza - absoluta?, o primeiro caso de alguém que ganha uma especial do Dakar sem ter completado-a.



O Land Cruiser que, durante algumas horas, foi o vencedor da 5ª etapa da competição.

(crédito: www.dakar.com)

Zebra ou erro?

Existia a certeza quase absoluta de que o simpático gnomo sul-africano - Giniel De Villiers é uma simpatia, mas continua parcendo um gnomo - e seu navegador Dirk Von Zitzewitz-acho-que-não é-assim-que-se-escreve (uau!!!!! Eu acertei!! Será que posso voltar a escrever o sobrenome de Dirk?) haviam levado a especial, com um tempo de 5h47min43.

Quase absoluta porque no rally, nem sempre quem chega na frente, ganha. O que vale é o tempo mais baixo. Isso quer dizer que se o cara que largou em primeiro fizer o percurso em 1h e o cara que largou em último completar o mesmo percurso em em 59 minutos, ele é o vencedor.

Mas uma certeza quase absoluta não é certeza absoluta. E foi nesse quase que surgiu um Toyota, um Land Cruiser, dois franceses no comando, que fez três horas de especial. Pelo menos, ao que parece. Porque, como bem me alertou Felipe Araújo, navegador da Copa Peugeot, eles têm exatas três horas de penal, então pode haver algum tipo de erro na computação da horas.

Ou - e espero que essa alternativa seja a verdadeira - simplesmente o Land Cruiser foi uma ótima surpresa na quinta etapa.

A morte de Pascal e a omissão da organização

Pascal Terry, 49 anos, estava desaparecido desde domingo, segundo estágio do Dakar. Foi encontrado nesta madrugada, morto, a 15 metros de sua moto. Pelo que parece, o piloto foi para a sombra de uma árvore para descansar. Tinha comida e água com ele, provavelmente passou mal ou algo assim.

Com isso, somam-se 48 mortes nos trinta anos de rally, mais uma por edição. Grandes nomes como Fabrizio Meoni (bi-campeão) e Andy Caldecott estão neste ranking, além do próprio criador do Dakar, Thierry Sabine - a morte dele, aliás, tem uma aura mística, algum dia eu conto aqui.


A morte do motociclista, mais do que a relação Dakar x morte, trouxe-me um fato que já tenho percebido há algum tempo: a omissão do site oficial da prova, fonte primeira de informações sobre o que está acontecendo pelo percurso, com certos assuntos. O que eles disseram sobre os dois britânicos que estão em coma - sem trocadilhos com o líder da prova nas motos -desde a primeira etapa? Ou das pessoas atropeladas?

Como parente de competidor, fico imaginando se os familiares de Pascal Terry foram informados do seu desaparecimento e, na sequência, de sua morte - sem que precisassem entrar na internet para descobir tal fato, digo. Tenho sérias dúvidas, que me levam a ficar preocupada com aqueles que me são queridos e estão na competição. Já tive a experiência denão saber onde estava meu pai durante a edição, bem como Romana, mãe de Marcos Macedo. No caso dela, consegui pegar a informação e repassá-la. E se o problema não fosse embreagem? Se ambos tivessem ficado perdidos, fora do trecho - e, consequentemente, fora da rota do vassoura - e sem contato? Ficaríamos aqui, preocupadíssimas e sem nenhuma notícia - uma nota na internet, que fosse?

Neste ponto, acredito que o Dakar está deixando muito a desejar neste ano.

A próxima etapa (V)


5ª etapa
Neuquen > San Rafael
Deslocamento inicial: 173 km
Especial: 506 km
Deslocamento final: 84 km
Total: 763 km
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A pior especial da semana. Aqui as dunas dão as caras, compartilhando o percurso com zonas mais técnicas. A Cordilheira aparece ao longe, mas os competidores não poderão apreciar a paisagem: ficar perdido pelas dunas não é nada legal.

E os brasileiros?

Entre os brasileiros, a coisa segue mais ou menos igual. Zé Hélio chegou em 14º, 19min09 de Marc Coma. Com uma punição de 20 minutos por excesso de velocidade em um radar, Zé ocupa a mesma posição na geral. Brincando de "e se..", caso não tivesse tomado esse penal, estaria, na geral, 1h19min06 atrás de Coma, ocupando a oitava colocação. O outro brasileiro da categoria, Rodolpho Mattheis, chegou em 59º, e agora ocupa o 54ª posição.

Nos carros, a melhor dupla foi Guilherme Spinelli/Marcelo Vívolo, que completou a especial em 4h01min50, chegando na 15ª posição, 18min53 atrás de Sainz. Logo atrás vieram Jean Azevedo e Youssef Haddad, com um tempo de 4h07min03. Varela e Marcão tiveram uma boa recuperação, chegando em 53º. Pichini e Roldan completaram na 129ª posição.

Na geral, os brasileiros encontram-se assim:

11º - Spinelli/Vívolo
21º - Azevedo/Haddad
115º - Varela/Macedo
134º - Pichini/Roldan

Nos caminhões - que teve vitória, novamente, de De Rooy, Azevedo/Justo/Martinec tiveram uma boa recuperação e chegaram na sexta posição, 15min12 atrás do primeiro. Na geral, seguem em 5º.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Não era bem aquilo...

Cyril e Alphand também dividem outro ponto em comum: ambos conseguiram bons resultados na etapa de hoje.

Novamente Despres chegou na segunda posição, enquanto Alphand/Picard teve sua melhor colocação nesta edição: 3º, atrás de, adivinhem?, Sainz/Perin e Al Attiyah/Thorner. Depois dele, De Villiers/Dirk, seguidos por Nani Roma/Cruz Senra. Peterhansel/Cottret conquistaram a oitava posição, atrás da dupla franco-argentina Orlando Terranova/Alain Guehennec, de BMW.

Já nas motos, a vitória foi, novamente, de Marc Coma. Na terceira posição, o estadunidense Jonah Street, seguido por Fretgne e Francisco Lopez.

Com isso, Despres agora ocupa a 11ª posição, 1h37min07 de Coma, líder absoluto da categoria - está 42min57 à frente de Street, segundo colocado. Para chegar ao top 10, Cyril tem que tirar oito segundos de Einars Vinters - depois, encara Verhoeven, que está com um tempo de 1h33min53 atrás de Coma.

Para conseguir subir, Alphand/Picard têm ainda mais dificuldade - estão em oitavo, e Terranova/Guehennec estão a mais ou menos treze minutos à frente da dupla da Mitusubishi, andando bem. Do Volkwagen de Miller/Pitchford, sextos, estão ainda mais distantes: mais de 20min. E estão 41min11 atrás de Sainz/Perin, líderes da prova.

Ainda não decolou

A semelhança entre Cyril Despres e Luc Alphand, nesta edição, vai além de ambos serem campeões do Dakar: cada um, em suas respectivas categorias, vem tendo uma boa dose de má sorte. Dos quatro dias, em dois Cyril teve problemas nos pneus, que chegaram a jogá-lo quase à 50ª posição. Nos outros, conquistou a segunda posição.

Com Alphand, o problema parece ser, ao mesmo tempo, mais e menos grave. Menos porque ele não chegou a colocações tão baixas. Mais porque o problema não é só seu: até agora, a Mitsubishi não ganhou uma especial sequer. O melhor resultado foi a segunda posição de Peterhansel, no segundo estágio. Em todos os outros três, Sainz e Al Attiyah, de Volkswagen e BMW, sempre revezavam a primeira e segunda posição.

Na primeira especial, Masuoka teve problemas no motor de seu Racing Lancer. Mau sinal, especialmente por que seu companheiro de equipe, Alphand, também teve problemas com seu carro.

Será que a grande sensação do Dakar acabará sendo uma grande decepção?

E vai subindo...

De décimo oitavo a décimo segundo. De um dia para o outro, Carlo Collet subiu seis posições na categoria quadriciclo. 34min24 o separavam no vencedor da etapa, Joan Manuel Gonzalez -opa, opa! Cadê o Declerk? O francês chegou 16min18 atrás do espanhol.

Collet, que enfrentou problemas em seu quadriciclo nos primeiros dias, vem fazendo uma grande recuperação. Na geral, 6h18min31 o separaram de Declerk. Com os bons resultados de hoje e ontem, já dá para sonhar com um top three em alguma especial....

Inexplicável

Fui ao guichê da Ticket Master, na Saraiva do Shopping Eldorado, mais ou menos no dia 23. Ainda era pré-venda para cliente do Citibank, mas eu precisava ver se já tinham vendido os lugares que eu queria e, caso não tivessem, confesso que ia tentar jogar um "se cola" na mulher. Já estava preparada para chorar, relatar todo esse amor de quase quatro anos, da doçura, força, delicadeza, da inexplicabilidade da voz de Damien Rice. E, talvez, pagar um pouco mais do que o ingresso realmente valia.

Jogava todas minhas fichas no fato de Damien ser um cantor quase desconhecido pelo Brasil.

Ledo engano. De repente, surgiram fãs do irlandês e, veja só!, todos com cartões do Citibank. Puta que pariu, será que o Citibank tem algum fã-clube secreto do Damien Rice? Porque, inexplicavemente, quase todo o setor VIP estava vendido! (Ou será que todos foram mais bem sucedidos que eu na idéia de ir atrás de um cliente do Citi?) Bye-bye sonho de vê-lo das primeiras filas!

Também, desencanei. Se era pra pagar oitenta reais, que fosse na fila A. Como não seria, pegava os outros setores mesmo.

Com isso em mente, fui, ao meio-dia do dia 26 de dezembro, no mesmo guichê da mesma loja do mesmo shopping. Tinha um grupo na minha frente que falava sem parar com o vendedor, e ele me olhava como quem dissesse "juro que a demora não é minha culpa".

Chegou minha vez. (Eu estava quase dando um chute na bunda daquelas pessoas)

Analisei atentamente o mapa de assentos - mas não tão atentamente a ponto de, em alguma outra loja em qualquer lugar de São Paulo, alguém comprar a cadeira em que eu estava de olho.

Enfim, decidimos - eu e a Lívia, a coitada que topou me acompanhar no show da década - pela segunda fileira do Setor I. E aí ele imprimiu o ingresso. Colocou dentro do envolope. E me deu.

Agarrei-o - o envelope, não o cara - como se fosse a minha própria vida. Meu coração chegava até a boca. Ali estava o passaporte para o show dele. Ele. Damien Rice.

Inexplicável.

A próxima etapa (IV)


4ª etapa
Jacobacci > Neuquen
Deslocamento inicial: 4km
Especial: 459 km
Deslocamento final: 25 km
Total: 4+459+25 (que dá 488 km)
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Mais pedra, mais areia. A quarta etapa do Dakar será o dia com menos quilometragem, mas nem por isso o mais fácil. Os competidores deverão tomar cuidado, porque um erro pode custar caro.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Resumão do dia

Motos

Cyril Despres deixou a sorte em Andorra, principado entre Espanha e França onde reside o francês. Mais problemas nos pneus fizeram com que chegasse na 47ª posição, 1h02min48 atrás de Marc Coma. Com Cyril longe da briga do título - embora faltem doze etapas, a boa surpresa é David Fretgne, que peita a austríaca KTM e ocupa a segunda posição na geral, 39min11 atrás do líder.

Os brasileiros na categoria restringiram-se a dois, Zé Hélio e Rodolpho Mattheis. O primeiro matém sua constância, sempre ali pelo 15º lugar - e já ocupa o 11º na geral. Rodolpho chegou na 94ª posição, e agora está em 65º.

Falei da má sorte do Cyril, mas tenho certeza que muita gente está pensando outra coisa: aqui se faz, aqui se paga.

Quadriciclos

Sempre considerei Collet o melhor piloto de quadriciclo do Brasil, e reitero a minha opinião. Correr no Dakar não é fácil, a categoria cresceu muito de uns anos pra cá - quase trinta competiores largaram de Buenos Aires!

Terminou entre os dez primeiros na etapa de hoje, na sétima posição, 48min24. Quem venceu a especial de hoje foi o tcheco Josef Machacek, em um dia em que os cinco primeiros guiavam Yamaha. Christophe Declerk - segundo nesta etapa - ainda lidera, 36min47 à frente do tcheco.

Carros

Ufa! Nesta categoria, os quatro que largaram continuam na prova. Alguns aos trancos e barrancos, claro - Varela/Macedo e Pichini/Roldan tiveram problemas na embreagem e passaram longas horas nas especiais anteriores. A primeira dupla não conseguiu completar a primeira especial, enquanto a segunda passou sete horas no trecho cronometrado de ontem e acabou seguindo os quilômetros restantes trocando a marcha no tempo.

Reinaldo e Marcão chegaram na 82ª posição, enquanto Paulo e Lourival fizeram 125º tempo, depois de largarem no 152º lugar. As duplas agora estão em 127º e 126º, respectivamente.

Jean Azevedo e Youssef Haddad completaram a especial com o 18º melhor tempo, 38min50 atrás dos campeões da etapa. Ocupam a 23ª posição na geral.

Falando em campeões, novamente Nasse Al Attiyah eTina Thorner levaram a especial. Assim, em quatro etapas, duas duplas dominaram. Na geral, Carlos Sainze Michel Perin, da Volks, lideram, apenas 3min40 à frente da dupla da BMW. Pois é... a Mitsubishi ainda não levou nenhuma etapa. Seu melhor carro na disputa é Stephane Peterhasel e Jean-Paul Cottret, na quarta posição, logo atrás de De Villiers e Dirk - falei que não ia mais tentar escrever o sobrenome do cara. Nani Roma e Cruz Senra estão logo atrás dos companheiros de equipe. Alphand novamente teve trabalho com o Lancer, e ele e Picard levaram trinta minutos para voltar à prova. Se continuar assim, logo logo certa dupla brasileira estará entre os dez primeiros...

Caminhões

Existem três pilotos de caminhão que considero, digamos assim, clássicos do Dakar. Chagin, De Rooy e Kabirov. Na maioria das vezes, eles que estão no comando do rally.

Não deu outra: Chagin ganhou sua primeira especial nesta edição, à frente de quem? De Rooy e Kabirov. Entre o primeiro e o terceiro, 7min12 de diferença. Na geral, De Rooy lidera, Kabirov está em segundo e Chagin, terceiro. Já tá ficando até chato isso...

O trio tcheco-brasileiro chegou na nona posição, 22min31 atrás de Chagin. Na geral, estão em 5º.

Ah, sim...

... o Tracking do Dakar é uma bosta.

Além do negócio dar erro toda hora, quando funciona, é meio que nas coxas.

Guilherme Spinelli e Marcelo Vívolo, da Mitsubishi Brasil, chegaram em 13º, 27min23 atrás do primeiro colocado. Não constam passagens nos km 260, 304, 381 e 434 - o segundo Posto de Controle. Mas também não consta nenhum penal na geral, então está tudo muito bem, bem, como diria Blitz - é muito bizarro citar Blitz? Foda-se.

No acumulado, aliás, Spinelli e Vívolo subiram uma posição. Passaram Gordon? Não, não sei quem ficou pra trás. Mas sei que Luc Alphand está um minuto e dez, mais ou menos, à frente da dupla brasileira. É verdade que os Racing Lancer estão aquém do esperado, mas, ainda assim, Luc Alphand é campeão do Dakar de 2006 - e, de quebra, é piloto oficial da equipe Mitsubishi.

Um corte bem feinho

Quando sofreu um corte profundo na coxa, próximo à virilha, durante o Dakar de 2007, Dimas Mattos ainda pilotou mais 100 km antes de ser forçado pela organização a abandonar. "Queria continuar na prova, mas quando mostrei o ferimento para os médicos, disseram que eu tinha que abandonar imediatamente", disse ele, na ocasião.

Na etapa de ontem, Dimas sofreu um corte na perna e teve de abandonar. Quando você convive um pouco com pilotos de rally - especialmente os de moto - aprende que um corte que te faz abandonar uma prova não é um corte qualquer.

Quanto ao Carlos Ambrósio, disse-me Thiago Padovani, da Webventure: "O Carlinhos teve problemas na moto e não largou hoje. Até onde sabemos, ele também abandonou."

O fesh fesh judiou um pouco dos brasileiros.

Ou...

... pode ser que o Tracking do site do Dakar não esteja funcionando direito - o que, pensando bem, é uma alternativa bem possível.

Enquanto isso, sem notícias de Dimas e Carlinhos...

Constatação

Jean/Youssef já passou pelo PC2. Spinelli/Vívolo não dá sinal desde o primeiro PC.

Alguma coisa deu errada errada com a Pajero Evolution entre os quilômetros 196 e 260. Embreagem?

Acabou a moleza

Fim do (curto) período de descanso. Praia, sol, Rio de Janeiro. Agora, é voltar para a labuta. Já tem coisa da Marisa e Porsche me esperando, por isso as atualizações vão se tornar menos frequentes. Não que vocês se importem com isso, né?

Desculpas aceitas, Tagino

João Tagino pediu desculpas a amigos, familiares e patrocinadores. Na especial de ontem, o rondoniense sofreu um acidente e, nas palavras dele à Webventure, "acordei no hospital, na sala de Raio-X".

A especial de ontem contou com trechos de fesh fesh, areia fina que levanta uma "poeira interminável" (novamente, nas palavras de Tagino) e causou danos em diversos equipamentos. Pichini e seu Roldan é que o digam: ficaram sete horas para trocar a embreagem. Sete quilômetros depois, lá estavam eles, de novo, com a embreagem danificada. Seguiram os 800 km seguintes assim, chegaram ao acampamento às 5h - horário local - e estão preparados para a especial de hoje.

Tagino, infelizmente, não conseguirá chegar a Buenos Aires. Com a queda, o piloto sofreu uma lesão na bacia, deslocamento no ombro e fracionamento do rim. E pediu desculpas por não conseguir terminar a prova.

Não acho que ele precise pedir desculpas. Você só pede desculpas quando faz algo de errado, e Tagino não errou em nada. Caiu, sofreu um acidente, fato inerente a qualquer esporte de alto risco.

Mas já que ele pediu, desculpas aceitas, Tagino. E melhoras, companheiro!