domingo, 22 de novembro de 2009

O valor de um livro

Há umas duas semanas, um professor da faculdade me perguntou se eu lia mesmo todos os livros que carregava. Parecia que, para ele, eu carregava todas aquelas páginas para impressionar, pagar de intelectual. Enfim, não foi um comentário feliz.

Eu estava para escrever um post sobre isso e tentar entender o que leva a uma pergunta dessas quando li essa matéria do Uol. Para quem está com preguiça de clicar no link, resumo: segundo o Instituto Pró-livro, 60% dos brasileiros não lêem (ainda tem acento?). Dos que têm costume de abrir um livro, a média é de 1,3 obras literárias por ano.

Alguns podem argumentar sobre o analfabetismo e etc. Concordo, mas o foco aqui são os verdadeiros analfabetos, na visão de Mario Quintana - "que aprenderam a ler e não leem" (eu tinha essa frase grudada em ímã na parede do meu quarto!).

Como uma compradora (e leitora também, já que livros não são apenas objetos de decoração) compulsiva de livros, não consigo entender por que as pessoas tem tanto pavor/ódio/desinteresse por eles. Eu tinha uma professora que dizia que cada um tem um livro que desperta o amor pela leitura. Será que essas ainda não encontraram o seu? Não desistam! Não importa se é um livro de auto-ajuda, um Harry Potter ou, sei lá, um super clássico que você conseguiu achar legal (tipo Iracema, que eu acho chato pra caramba). Não interessa. Tentem! Não gostou do livro? Bota de lado e comece outro! Ou vocês acham que todos os livros que eu tenho eu li inteiro? Sou totalmente a favor do direito de não terminar um livro quando acharmos chato! (Sim, eu não terminei Iracema. Aliás, eu quase não comecei, para ser honesta).

Agora, existem casos e casos. Tem pessoa que não lê por preguiça. Não acho que exista outro motivo. É preguiça de imaginar, raciocinar. Não acredito nessa história de "não tenho tempo". Conheço muita pessoa ocupadíssima que devora livros e mais livros! Leia na hora de ir ao banheiro, no trânsito, no metrô, na sala de espera do dentista, antes de dormir. Não recomendo na hora de almoçar sozinho, é uma atividade muito complexa manter o livro aberto enquanto come.

Enfim, não acho que existam desculpas aceitáveis para não se ler. O que não falta no mundo literário são publicações para todos os tipos de gosto (meu paraíso é a Cultura que, além da sua gigantesca central, tem, no mesmo Conjunto Nacional, na Paulista, loja de arte, da Editora Record, Companhia das Letras e Instituto Moreira Salles).

E o que aquela história do começo tem a ver com isso tudo? Apesar de eu ter me sentido um pouco ofendida, infelizmente é estranho que uma garota de vinte anos ande por aí com um livro diferente a cada duas semanas, principalmente sendo livros grossos (não que eu ache que grossura tenha diferença. O livro é comprido quando não flui, não quando tem muitas páginas).

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