terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Inexplicável

Fui ao guichê da Ticket Master, na Saraiva do Shopping Eldorado, mais ou menos no dia 23. Ainda era pré-venda para cliente do Citibank, mas eu precisava ver se já tinham vendido os lugares que eu queria e, caso não tivessem, confesso que ia tentar jogar um "se cola" na mulher. Já estava preparada para chorar, relatar todo esse amor de quase quatro anos, da doçura, força, delicadeza, da inexplicabilidade da voz de Damien Rice. E, talvez, pagar um pouco mais do que o ingresso realmente valia.

Jogava todas minhas fichas no fato de Damien ser um cantor quase desconhecido pelo Brasil.

Ledo engano. De repente, surgiram fãs do irlandês e, veja só!, todos com cartões do Citibank. Puta que pariu, será que o Citibank tem algum fã-clube secreto do Damien Rice? Porque, inexplicavemente, quase todo o setor VIP estava vendido! (Ou será que todos foram mais bem sucedidos que eu na idéia de ir atrás de um cliente do Citi?) Bye-bye sonho de vê-lo das primeiras filas!

Também, desencanei. Se era pra pagar oitenta reais, que fosse na fila A. Como não seria, pegava os outros setores mesmo.

Com isso em mente, fui, ao meio-dia do dia 26 de dezembro, no mesmo guichê da mesma loja do mesmo shopping. Tinha um grupo na minha frente que falava sem parar com o vendedor, e ele me olhava como quem dissesse "juro que a demora não é minha culpa".

Chegou minha vez. (Eu estava quase dando um chute na bunda daquelas pessoas)

Analisei atentamente o mapa de assentos - mas não tão atentamente a ponto de, em alguma outra loja em qualquer lugar de São Paulo, alguém comprar a cadeira em que eu estava de olho.

Enfim, decidimos - eu e a Lívia, a coitada que topou me acompanhar no show da década - pela segunda fileira do Setor I. E aí ele imprimiu o ingresso. Colocou dentro do envolope. E me deu.

Agarrei-o - o envelope, não o cara - como se fosse a minha própria vida. Meu coração chegava até a boca. Ali estava o passaporte para o show dele. Ele. Damien Rice.

Inexplicável.

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