sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Fedeu

Há seis anos atrás, algum elemento resolveu criar uma piada - que, diga-se de passagem, é divertidíssima - a respeito do GP da Áustria de 2002. Para quem não se lembra, essa foi aquela corrida do dia das mães, em que Barrichello deu passagem para Schumacher. E para quem está com preguiça de entrar no site, a piada basicamente descreve um diálogo entre Barrichello, Jean Todt, um suposto Karl Scheister e D. Idely, mãe do piloto brasileiro. Na conversa, Todt pede que Rubens dê passagem para Schumacher. Tendo o brasileiro se negado a fazer isso, coloca Karl "na linha" - lembre-se, Rubens estava no meio da corrida. O cara começa a ler as cláusulas do contrato e ameaça tirar Lulu de Rubens - sim, Lulu é uma cadela. Depois, colocam D. Idely no rádio, devidamente seqüestrada, vendada e desesperada. O desfecho, vocês já sabem. Lembrem-se do que falei acima: isso é uma piada.

Lemyr Martins era um cara que, para mim, nem cheirava nem fedia. Por muitos, era tido como um grande jornalista, um mestre, um veterano, blá, blá, blá.

E o que o cu tem a ver com as calças, perguntam vocês.

Pois bem.

Há algumas semanas, Panda veio me contar um fato curioso: um leitor do GP Total perguntava sobre o diálogo ocorrido durante a corrida supra-citada e revelado em um livro. Ele foi conferir. E a história que ele contou foi tão absurda que também fui atrás da publicação.

Rolei de rir quando li, nas páginas do livro "Histórias, Lendas, Mistérios e Loucuras da Fórmula 1", do glorioso Lemyr Martins, a tradução daquela piada. Claro, na época eu não tinha idéia de que era uma piada, achava que o próprio Lemyr havia inventado e publicado como verdadeira. Mas o negócio era tão absurdo, mas TÃO absurdo, que não tinha como acreditar nisso!

Não comentamos nada. Vez ou outra colocávamos "salve a mamãe!" ou "a Lulu não!" no meio de uma conversa, mas o negócio morria ali. Virou motivo de chacota.

A coisa fedeu.

O Lance! publicou o texto ontem a noite. Mais que rapidamente, Ivan Capelli deu uma googlada no tal Karl-tanto-faz e descobriu o diálogo original - aquela piadinha do começo do post. Divulgou o fato em seu blog. O negócio caiu na rede: Victor Martins, Flávio Gomes, Panda, Rodrigo Mattar. Todos comentam - com mais propriedade que esse projeto de jornalista que vos fala - o causo. O Grande Prêmio colocou como chamada principal.

Antes mestre, Martins - o Lemyr, não o Victor - mostrou-se um verdadeiro charlatão. Não consigo achar palavra que defina o que ele fez. É um absurdo, um desrespeito com todos que, de alguma forma, estão relacionados à história - seja como personagem, seja como leitor. É uma filha-da-putice de maior escala. É um desfavor para a classe jornalística. É nojento.

O negócio fedeu para Lemyr Martins. Bem feito.

PS: não deixem de ler o diálogo - na internet, por favor, não indico tal publicação! Dei altas risadas!

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