quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Mamonas amigas

Ouvi hoje no jornal que o governo vai usar mamona para produzir combustível. É uma coisa já antiga, acho eu, faz tempo que ouço falar nisso. Mas parece que agora é pra valer.

Quando era criança, ficava em uma escolinha que tinha um pé de mamona como vizinho. Estrategicamente debaixo da árvore ficava um platô, um negócio que dava acesso à planta. Tendo uns seis anos, não conseguia subir ali em cima - não que hoje eu conseguisse. Então, cabia a algum menino me colocar ali.

A gente pegava as mamonas para tacar nos outros. Eu e os meninos, digo. Sempre fui uma menina moleca: na sexta série, jogava com alguns garotos uma coisa que se chamava borrão, nem sei se continua se chamando assim, mas era esse o nome que dávamos na época. Era simples: estando a bola em seus pés, sua missão é chutar o mais forte possível em outra pessoa. Não tinha time, era um por todos e todos por um. Os meninos sempre aliviavam para o meu lado, enquanto eu metia bica em todos. Sempre tive um lado meio violento, e também sempre fui moleque demais. Levando em conta que em 2006 meu professor de Kung Fu me chamava de "mulequinho", acho que tem coisa que não muda nunca.

Mas nós pegávamos as mamonas e tacávamos nos outros. Aí um dia me falaram que aquele negócio tinha veneno. Na hora corri para a pia e comecei a esfregar as mãos. Fiquei com um medo danado de morrer por causa das mamonas - como vocês podem notar, fui mais forte que elas.

Continuamos brincando com as mamonas. De vez em quando eu ia para a pia lavar a mão, como se isso fosse me salvar de qualquer veneno letal.

Naquela época eu não sabia que mamona podia ser usada para fazer combustível.

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